sábado, 22 de novembro de 2008

Qual é a de Luciano?

O prefeito eleito Luciano Bispo tem estado com freqüência no tradicional ponto perto da casa onde nasceu e se criou, e onde iniciou seus primeiros contatos políticos, tradicionalmente conhecido com Center Lanches. Até aí, tudo natural. Luciano sempre teve esse quê de povo e logo depois de sua primeira eleição em 1988, tão logo chegou da então tradicional viagem de descanso pós eleitoral passou a comparecer no dito local regularmente. Todavia, em bem menos freqüência que atualmente, mesmo que, erroneamente muitas vezes tenha feito ali suas reuniões de trabalho. Estaria Luciano “dando corda” ao séquito de puxa-sacos, palpiteiros ou torcedores do contra? Ou seja, enquanto ele os diverte, sua equipe, tranquilamente monta o esquema de trabalho? Não posso nem quero acreditar que venha repetir certo administrador público que recentemente “mandou buscar” um correligionário para assumir uma pasta de reconhecida relevância e importância a apenas duas horas do evento oficial.

Ritmo acelerado.

Remendando um equívoco, o de iniciar uma obra sabidamente proibida pela Justiça Eleitoral em momento impróprio, o Governo do Estado, em convênio com a Prefeitura Municipal de Itabaiana retomou logo depois da eleição e mantém o ritmo do asfaltamento de importantíssimas vias dentro da cidade. Cá pra nós, mesmo que o nosso pavimento a paralelepípedo tivesse sido feito da melhor maneira, mas, o asfalto é o asfalto. E a qualidade do atual, sinceramente dá de dez a zero no anterior feito em 2003. Naquela etapa, o centro ficou parecendo “coisa de gente grande”, todavia, o simples encostar de um estribo de motocicleta ainda hoje, transcorridos cinco anos, ainda provoca crateras no dito leito asfáltico. Nesse atual, não. É importante frisar, porém, que sem a sinalização, ao menos a das próprias pistas de rolamento (como ora se encontra), o impacto visual é quase nulo. Isso mesmo, quase nulo. A “levantada” depois da referida sinalização é quem vai ditar o humor dos beneficiados. Por falar nisso, se for pra retornar às imediações da Praça de Eventos bem como a esta é melhor andar rápido. A partir de no máximo mais duas semanas deverão começar as atividades típicas de Natal naquela área e aí o ritmo dos trabalhos ficariam comprometidos.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

30 mi emPACados.

Trinta milhões, duzentos e dezenove mil e cento e vinte e nove reais é o valor que poderia caber à Itabaiana – ou ao menos à região, com fortes reflexos no município – previstos no OGU – Orçamento Geral da União para esse ano de 2008 que já está no fim. Trata-se das emendas de bancadas de funções programáticas 20.605.6003.7H17.0540 e 17.512.8807.7L66.058. Respectivamente para construção de um Centro de Abastecimento e para execução do aterro sanitário pelo Consórcio Público da Região do Agreste.
Isso fora uma relativa quantidade de outras emendas de bancada de menor valor, porém aplicáveis a Itabaiana, e as Emendas parlamentares, que somadas poderiam chegar a quase dois milhões de reais em investimentos diretos.
Atrasos na execução orçamentária da União em relação aos municípios, principalmente, é uma praxe. Falta de projetos, falta de conhecimento sobre a existência do dinheiro, falta de vontade de trabalhar e a natural barreira político-partidária leva a isso. Pra se ter uma idéia, dos recursos de R$ 41.185.307,00 alocados pelo Ministério das Cidades dentro do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, para Sergipe, até o último dia 10, apenas 20.870.943 haviam sido gastos, ou seja, 42.5%. É muito pouco em se tratando de tanta carência que existe por aqui.

E cadê a estrada?



Corre um zum-zum-zum por aí que um dos sonhos do prefeito eleito Luciano Bispo é pleitear junto ao governo do Estado a revitalização, na prática uma reconstrução, e em asfalto, da velha estrada colonial Itabaiana-São Cristóvão, também conhecida pelos mais antigos como estrada de Itaporanga(*). Então fomos ver o mapa rodoviário de Sergipe e o curioso é que nos mapas oficiais aparece uma outra estrada estadual, a SE-102, que partiria de Riachuelo até o Lagarto. Todavia, exceto por sua ligação com a SE-430 (a velha estrada real Simão Dias-Laranjeiras, à altura da Usina Pinheiro), a dita estrada simplesmente não existe, especialmente no seu trecho dentro dos municípios de Areia Branca, Itabaiana e Campo do Brito e até o Jenipapo, no município de Lagarto. Em tese, no dito trecho, partiria ela do povoado Manilha passando pelos povoados de Pedrinhas, Caroba e Cajueiro, ainda dentro de Areia Branca, internando-se no município de Campo do Brito, ao sul da serra de Cajaíba, ou, sairia do Rio das Pedras, na casa do doce, refazendo o caminho das boiadas do Lagarto a Laranjeiras, passando pelos povoados de Areias (Areia Branca), Mangabeira, Mangueira e Ribeira em Itabaiana e daí chegando até o Lagarto através de seu povoado Jenipapo. Ocorre que quando há estrada em qualquer um dos dois percursos essas são apenas estradas vicinais, muito distante de uma auto-estrada, mesmo que estadual.

(*) A renomeação popular para Estrada de Itaporanga ocorreu entre fins do século XIX e início do século XX quando, ao perder o status de capital de Sergipe em 1855, São Cristóvão também perdeu o vigor de sua feira livre, levando a novata vila da Itaporanga a ocupar-lhe o lugar (A feira livre de São Cristóvão foi criada por decreto do Presidente de Sergipe, Dr. Manoel Ribeiro da Silva Lisboa em 15 de junho de 1935 e efetivada no dia cinco seguinte). Tanto marcou essa fase que em 1957, ao indenizar casas para alinhamento da tradicional entrada da cidade conhecida como Rua do Fato, a Prefeitura a denominou de Rua de Itaporanga (foi reconhecida como apenas travessa pelo Código de Postura, Lei 236 de 16 de novembro de 1962).

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Êta mosquitinho abençoado!

Governador Marcelo Déda (mais aqui) reúne prefeitos “saintes” e prefeitos “entrantes” para traçar a estratégia deste verão contra o danadinho do Aedes aegipty, aquele da dengue que levou meio mundo de gente aos hospitais no início deste ano e alguns até morreram.
Pois bem, nas caixas registradoras municipais já começa a tilintar novamente a absurda verba torrada todos os anos pra controlar um mosquito que Oswaldo Cruz extinguiu no Rio Janeiro e depois no resto do Brasil na época em que se amarrava cachorro com lingüiça. É muito dinheiro! Pra nada. Em Itabaiana, até hoje tem ex-prefeito com direitos políticos cassados por mau uso da dita verba. No resto do Brasil é um gastar sem fim. Até 1990 ninguém ouvia falar nisso. Agora é prato do dia, quer dizer, do ano. De todos os anos. E o dinheiro continua rolando. Não faz muito tempo foi pego, Brasilzão afora, prefeito importando mosquito... trazendo mosquitos de outros lugares para sua própria cidade como forma de justificar a polpuda verba. E sua continuidade.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Pitacaria.

Num aspecto, ao menos, o futuro governo municipal de Luciano Bispo já se parece com o primeiro: o pitacaço. O nome é esquisito, mas é por aí. Se refere a pitaco, nome a que todo mundo está familiarizado. O ato de dar opiniões, requeridas ou não, sensatas ou não, racionais ou não. O pitaco é uma boa forma de exercer a democracia. Mais direto, impossível. Cabe, porém, ao gerente da coisa discernir o que é simples pitaco e o que é idéia realmente plausível. Eis o segredo. O primeiro governo, de 1989 a 92 foi um Deus nos acuda. Foi aí, inclusive que nosso personagem central consolidou a imagem de teimoso e imprevisível: o jegue. Era tanto pitaco que o então jovem político decidiu-se assim ser: teimoso e imprevisível. De vez em quando explosivo e até deselegante.
Tudo isso é só para registrar que tem um montão de gente contrariada com as indicações de Luciano para suas secretarias. Parte por pura inveja; por não ter sido ele ou ela a convidada. Parte por manias de pitaco; já que as alegações de responsabilidades na derrota passada sobre esse pessoal – que ora volta – são meros escapismos para problemas bem mais profundos. Luciano perdeu a eleição de Carlinhos há quatro anos por uma somação de erros, dos quais, o mais grave a atual prefeita repetiu em toda a sua grandeza: criar panela partidária. O curral. Os “meus”. Dividir ao meio por achar que tinha a maior parte. E com isso esquecer que, apesar de em Itabaiana ainda não caber a chamada terceira força, aqui também existe uma considerável parcela desvinculada daqueles compromissos seculares das famílias tradicionais de mil e oitocentos e cachimbo, que permearam os destinos da política local até o fim da hegemonia dos Teles de Mendonça em 1988. E são eles quem decide. Quanto aos demais, sim, já estão “enlatrados”(*) desde 1824.
Repito o que já postei anteriormente aqui: o que importa é o projeto. E esse eu ainda não vi. O que também não quer dizer que não haja. Esperemos, pois!

(*) Termo usado por um ex-vereador local, de poucas letras e muita inteligência na arte de politicar.