sexta-feira, 22 de maio de 2009

Semeaduras.

Nos últimos 60 dias, o que mais se ouve ou lê no mundo da política sergipana é especulação. Quem será candidato a quê; quem será aliado de quem, enfim, o que mais político – de pouca seriedade – gosta de fazer: jogar ao vento pra ver onde cai. Pra ver se cola.
O governador ainda tem um ano pra governar antes que comece de fato a campanha; os deputados e senadores, um ano para legislar, idem. Quando se trata de prefeitos e vereadores, aí é que a desgraça aumenta.
Não há projeto administrativo que suporte uma eleição atrás da outra, no porte e com o comprometimento da máquina pública com que é realizado no Brasil, com esse tipo de político que pouco se interessa pelo governo, e sim e apenas pela posse do cofre que este tem, e os meios de dele apoderar-se.

Trânsito em Itabaiana 04


Não há estatísticas num lugar com tanta carência de organização. Todavia, se as houvesse, veríamos que as autoridades que permitiram tal absurdo, mesmo que não tivesse pago nenhuma indenização por acidentes causados, passaram (ainda passam) por tremendo risco de o fazer.
Da parte da Administração Municipal, através da SMTT, se quiser, pode caber aqui o mesmo Artigo 246 que versa, entre outras coisas, sobre não "ou obstaculizar a via indevidamente", com multa que pode chegar a R$ 957,63.
O Código de Trânsito é de trânsito. Não trata somente de carro na estrada ou na rua.
É necessária uma campanha educativa - com o uso da força, inclusive, e se necessário - no sentido de recolocar as coisas no devido lugar: Calçada, definitivamente não é aquele terrerinho que se tinha quando morava na roça. Calçada é passeio público, logo, é para pessoas transitarem.
Se servir de consolo, esse é um problema comum a todo o país. A turma do "Tô pagano!!!"

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Trânsito em Itabaiana 03



Existem pelo menos mais duas revendedoras de veículos na cidade tomando cem por cento do passeio público, além de diversos lava-a-jatos e oficina de sonorização em autos.

A foto é do início de 2007. O problema, é atual.


CÓDIGO NACIONAL DE TRÂNSITO

Art. 181. Estacionar o veículo:

Inciso VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, sobre ciclovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios, ao lado ou sobre canteiros centrais, divisores de pista de rolamento, marcas de canalização, gramados ou jardim público:

Infração - grave; Penalidade - multa;(120 Ufirs=127,69).



Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre circulação, à segurança de veículo e pedestres, tanto no leito da via terrestre como na calçada, ou obstaculizar a via indevidamente:
Infração - gravíssima Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a critério da autoridade de trânsito, conforme o risco à segurança. (180 Ufirs X 5=957,63;
Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa física ou jurídica responsável pela obstrução, devendo a autoridade com circunscrição sobre a via providenciar a sinalização de emergência, às expensas do responsável, ou, se possível, promover a desobstrução.

Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou passagens apropriadas das vias urbanas e dos acostamentos das vias rurais para circulação, podendo a autoridade competente permitir a utilização de parte da calçada para outros fins, desde que não seja prejudicial ao fluxo de pedestres.

Mais aqui.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Trânsito em Itabaiana 02


(Estas fotografias foram colhidas nos últimos 54 meses. Os problemas levantados continuam).

terça-feira, 19 de maio de 2009

Punguismo

Tá com cara de punguismo barato a atitude do deputado Jackson Barreto de Lima que afirma que vai apresentar emenda pela re-reeleição de Lula (ver mais aqui). Exceto ao sul do Trópico de Capricórnio, o presidente é só popularidade.
Em tempos de crise Franklin Delano Roosevelt foi reeleito três vezes nos Estados Unidos, perfazendo quatro mandatos, três deles completos. Não sei se seria o caso do Brasil, do momento, apesar do sãopaulismo(provincianismo) da oposição ameaçar o tempo inteiro a estabilidade econômica, política e social, repetindo os tempos de chumbo da era Vargas. Mesmo com essa característica da fragilidade da democracia brasileira, no meu modesto modo de entender, o jogo como está, vai bem melhor.
O deputado sergipano alega motivação pelo que ouve nas bases. Tudo bem, nas sabe-se que em política, falar em base é só um recurso a que recorrem todos os políticos quando não querem melhor explicar suas verdadeiras intenções.

Trânsito em Itabaiana 01


Já que a SMTT parece ter começado a por um mínimo de ordem no trânsito de Itabaiana, premiarei meus dois leitores nos próximos trinta dias com fotos da "civilidade" no mesmo, fruto de coleta fotográfica durante quatro anos e meio, desde que foi criada em Lei a instituição.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Lembranças incômodas

Sobre a insistência dos Demo-Tucanos em pegar no pé do governo de forma temerária, irresponsável até, a presente imagem (clique aqui para vê-la em tamanho grande) é a cara do que representou para o Brasil os oitos anos de FHC.
Página da Nasa, local da foto (clique).

Hora da vingança

A lista dos assinantes da CPI da Petrobrás (Petrobrax, para os tucanos), vide abaixo, mostra claramente que, finalmente temos, a menos no plano nacional e depois do fim do Regime de 64, uma oposição homogênea, firme. O principal da direita se uniu nos partidos PSDB, legítimo sucessor da UDN, e no DEM (PFL) que representa a ala mais reacionária do PSD de meados do século passado.
O quadro é encorajador a se dizer que finalmente entramos na reta da democracia. Mas, ledo engano. Os vícios de sempre permanecem, inclusive permeando as ações dos grupos que nasceram pra renovar, dentre eles, o mais vistoso, o PT.
A concentração ainda é o nó górdio em tudo que se possa pensar. O Estado é grande demais porque a concentração no setor privado é descomunal. Uma única rede de TV manda e desmanda em quarenta por cento da população; destes, mais sessenta por cento dos que têm poder de mando; é muito poder. Uma única operadora de telefonia detém 70 por cento do mercado de telefones fixos do país e, pior, comanda esse mesmo mercado em oitenta por cento do território nacional. O lucro fácil dos juros, característica nacional desde o desenvolvimento açucareiro pernambucano da era holandesa, mantém uma casta de menos de 0,04 por cento da população, cujos expoentes mandam e desmandam no Banco Central exercendo o verdadeiro governo. A única forma de viabilizarmos uma industrialização tardia e com isso um certo grau de desenvolvimento foi intervindo com o Estado em meio mundo de coisas, inclusive na criação da hoje gigantesca Petrobrás. Também ela um exemplo de concentração e da qual ninguém pode abrir mão sob pena de ficar sem nada.
São essa distorções que acabam por influir na vida política com corrupção endêmica, inclusive no mais elementar dos poderes de uma civilização, o judiciário; por isto, na falsa idéia de impunidade – já que a punibilidade vem da forma mais canhestra possível, através da própria corrupção que não deixa os faltosos comemorarem seus feitos em paz, saborearem tranquilamente o produto do saque; na desorganização do Estado, e nisso, em eleições caríssimas que são compensadas com atitudes indignas da “res publica”. Por fim, na queda de elementos valiosos à sociedade, atraídos pela “Real Politik”.
Se já era difícil uma aproximação de João Alves Filho em relação a Lula, apesar de ambos virem “de baixo”, do povo, e de serem desprezados pela elite clássica brasileira(*), isso se tornou absolutamente impossível depois da prisão de João Alves Neto por seu envolvimento com a Gautama. A aposição da assinatura da senadora Maria do Carmo na lista infra, mais do que um ato de uma partidária do DEM, tem cheiro de vingança já que na política por aqui, ainda se confunde o cidadão com cidade, o Estado com seu governante. O governo ou a Justiça com as leis. Logo, a "culpa" da prisão é debitada a Lula. Sempre foi assim no coronelismo.
E obviamente, nenhuma mãe gosta de ver o filho algemado.

Senadores assinantes da CPI de Serra(suas digitais estão por toda a parte), vulgo, da Petrobrás:

1. Álvaro Dias (PSDB-PR) - CRIADOR DA CPI - alvarodias@senador.gov.br
2. Sérgio Guerra (PSDB-PE) - sergio.guerra@senador.gov.br
3. Marco Maciel (DEM-PE) - marco.maciel@senador.gov.br
4. Lucia Vânia (PSDB-GO) - lucia.vania@senadora.gov.br
5. Antonio Carlos Junior (DEM-BA) - acmjr@senador.gov.br
6. Agripino Maia (DEM-RN) - jose.agripino@senador.gov.br
7. Raimundo Colombo (DEM-SC) - raimundocolombo@senador.gov.br
8. Efraim Morais (DEM-PB) - efraim.morais@senador.gov.br
9. Pedro Simon (PMDB-RS) - simon@senador.gov.br
10. Jarbas Vaconcelos (PMDB-PE) - jarbas.vasconcelos@senador.gov.br
11. Cícero Lucena (PSDB-PB) - cicero.lucena@senador.gov.br
12. Demóstenes Torres (DEM-GO) - demostenes.torres@senador.gov.br
13. Jayme Campos (DEM-MT) - jayme.campos@senador.gov.br
14. Heráclito Fortes (DEM-PI) - heraclito.fortes@senador.gov.br
15. Mario Couto (PSDB- PA) - mario.couto@senador.gov.br
16. Eduardo Azeredo (PSDB-MG) -eduardo.azeredo@senador.gov.br
17. Flexa Ribeiro (PSDB-flexaribeiro@senador.gov.br
18. Kátia Abreu (DEM-TO) -katia.abreu@senadora.gov.br
19. Romeu Tuma (PTB-SP) -romeu.tuma@senador.gov.br
20. Arthur Virgílio (PSDB-AM) -arthur.virgilio@senador.gov.br
21. Adelmir Santana (DEM-DF) - adelmir.santana@senador.gov.br
22. Marconi Perillo (PSDB-GO) -marconi.perillo@senador.gov.br
23. Mão Santa (PMDB-PI) -maosanta@senador.gov.br
24. João Tenório (PSDB-AL) -jtenorio@senador.gov.br
25. Gilberto Goellner (DEM-MT) -gilberto.goellner@senador.gov.br
26. Marisa Serrano (PSDB-MS) -marisa.serrano@senadora.gov.br
27. Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) -mozarildo@senador.gov.br
28. Papaléo Paes (PSDB-AP) -papaleo@senador.gov.br
29. Tasso Jereissatti (PSDB-CE) -tasso.jereissati@senador.gov.br
30. Geraldo Mesquita (PMDB-AC) -geraldo.mesquita@senador.gov.br
31. Maria do Carmo (DEM-SE) -maria.carmo@senadora.gov.br


(*) Em 1987, logo depois de assumir o cargo de Ministro do Interior, o Jornal Nacional da Rede Globo nos surpreendeu lhe dedicando intermináveis quase três minutos de reportagem para dizer que o ministro havia “se perdido” no Rio de Janeiro, necessitando da ajuda de terceiros para encontrar o caminho. Com todo o ranço sulista que se possa pensar. Forma típica de caracterização nada elogiável. Totalmente descabida para um espaço tão importante.

domingo, 17 de maio de 2009

Hahaaahahaha... tô rindo à toa!

Assim é que devem estarem os prefeitos de Sergipe – quase todos – com a MP 462 (aqui) publicada pelo presidente Lula no último dia 14 e que prevê repasses compensatórios a eventuais perdas de receita com o FPM desde janeiro próximo passado. Já cai na conta no próximo dia 25, uma parcela referente aos três primeiros meses do ano. A outra referente a abril e maio entra até o décimo-quinto dia útil de junho, conforme parágrafos 2º e 3º do artigo 1º da referida MP.

Espantando satanás.
Com essa medida Lula mostra que não está pra brincadeira a respeito da crise econômica que respinga no país.
Em um ano majorou acima da inflação meio mundo de salários do funcionalismo federal; antecipou aumentos no salário mínimo, acima da inflação, óbvio; aumentou boa parte dos repasses para o Bolsa Família; aumentou enormente o crédito ao consumidor; apesar das traves da oposição neo-udenista dos tucanos paulistas e seus aliados vem conseguindo tocar o PAC e já enfrenta uma nova campanha de descrédito promovida pela mídia grande a serviço do mesmo grupo oposicionista, para conseguir alavancar o projeto habitacional recentemente posto em marcha.
O governo federal vem procurando todos os meios de injetar dinheiro no mercado.
É uma pena ver que Sergipe, como sempre, engatinha, sem um projeto de desenvolvimento que aproveite esse momento. Um lugar fadado a viver eternamente de aposentadorias. Desde as suculentas dos tribunais e assembléias às da aposentadoria rural.
A recomposição de ventuais perdas nos municípios, de fato muito pequenas, quando comparadas com outros exercícios anteriores, é, de fato, uma janela que o governo federal arranjou pra injetar mais dinheiro na economia.
Os prefeitos choramingaram na hora certa.