segunda-feira, 5 de abril de 2010

Férias

De férias. Até 1° de janeiro de 2013.
Obrigado a todos pela atenção.

domingo, 4 de abril de 2010

A civilização berimbau.


A dois anos atrás o coordenador de medicina da tradicionalíssima Faculdade de Medicina da Bahia, desesperado com o pouco caso que seus pupilos estavam dando ao aprendizado na arte de curar – e seus péssimos resultados no ENADE - tacou uma frase que provocou grande alvoroço e ficou célebre: a de que "o berimbau é o tipo de instrumento do indivíduo quem tem poucos neurônios" (mais aqui).
Ora, o berimbau é apenas um instrumento musical de percussão como o tambor, o violino, o piano, enfim, um instrumento só não faz verão. É preciso uma coleção enorme de instrumentos em sinfonia para que possamos ouvir uma bela música. Ouvir apenas um deles, nem sempre é gratificante.
Mas, infelizmente, ao menos no que toca a produção de música o professor está certo e não apenas relativo à Bahia. Sinceramente, obrigado a ouvir esses tambores primitivos ditos de pagode o dia todo, todo o dia, acho que anda faltando neurônios, como disse o professor.
Gente, tem brega demais! Je-sus!
Não aparece mais nada com um arranjo, com um mínimo de sofisticação. É só brega, e não é daqueles melosos, bem arranjados, com vários instrumentos bem tocados, interlúdios... não! É de reboleixon pra trás. É coisa de deixar qualquer tocador de berimbau aturdido, injuriado.
E pra piorar, os emergentes (tabaréus que ganharam algum dinheiro e resolveram se mostrar), que só conhece isso e tem raiva de quem conhece algo mais não param de azucrinar os ouvidos alheios com seus possantes porta-malas, essa mania de marginal americano dos anos 70 tão bem copiada no Brasil.
...
Gravura: Tocador de berimbau, (início do século XIX) Jean Baptiste DEBRET, Coleção de Iconografia da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

32 anos depois.


Por conta da reforma ora em curso no Estádio Presidente Médici, neste ano de 2010 a Via-Sacra feita ali todas as sextas-feiras da Paixão não se realizou. Teve como palco a Praça de Eventos, vizinha ao mesmo estádio.
A invenção do ato na Sexta Santa de 1978 coube à Irmã Caridade, então orientadora do grupo católico Juventude Unida a Cristo do qual participei, e originalmente não era uma Via-Sacra típica e sim uma encenação com vistas a algo mais grandioso. No ano seguinte, em 1979, com o grupo jovem em momento de reestruturação, a Matriz de Santo Antonio tomou as rédeas do evento transformando-a em Via-Sacra como até hoje é.
Recentemente fomos encontrar a Irmã Caridade (foto) na capela de Nossa Senhora do Rosário em São Cristóvão, já em preparo para partida em definitivo para Portugal que deve ter ocorrido em 10 do último mês de março.

Deixa ver se eu entendi:

O deputado Mendonça Prado, genro de João Alves Filho está apresentando um projeto para criar uma Lei que já existe (aqui)? Ou será que o ilustre deputado, certamente motorista além de parlamentar, não conhece o Código Brasileiro de Trânsito?
Doutor, fala aí com seu sogro e com o Albano pra liberar a os “homi” (e mulheres) da Justiça, para que metam a caneta nos prefeitos e vai estar tudo resolvido. Rapidinho. Não me invente mais sopa de letras mortas!

quarta-feira, 31 de março de 2010

Mata-mata

Olha, eu não gosto desse mata-mata em que a polícia sergipana está se envolvendo (mataram mais quatro hoje). Tem alguma coisa errada. Uma coisa é um confronto de vez em quando; outro é uma rotina como está se tornando.
O pior é que a mais inocente das suspeitas é a de preguiça de investigar; de uso da força bruta ao invés da inteligência. Mas aí vem as outras, inclusive a perigosíssima suspeita do apagar de arquivo. Gente morrendo pra não delatar quem da própria polícia ou até da Justiça estaria se beneficiando com o crime. É louvável a forma com que parte da polícia sergipana vem se comportando. Isso, todavia, não dá salvo conduto pra matança. Especialmente porque, repito, por trás da matança pode estar se escondendo um câncer de proporções colossais.
Quem diz é o mestre Maquiavel: a pena que realmente importa não é a pena capital; de morte. É a pena pecuniária. Não existe maior humilhação a um celerado do que tirar tudo dele deixando-o apenas com a vida para que reflita melhor sobre o uso do poder.
Polícia não é pra matar. Polícia é para prevenir, se necessário abordar, se ainda necessário prender e só depois de exauridos todos os recursos, o mata-mata. Bandido não tem medo da morte; ele já sabe que é um condenado. Todavia, um tempo no xilindró pra que ele saiba que perdeu algo – morto não pode saber disso – e poderá se transformar num desestímulo à nova safra de bandidos que não para de brotar como carrapatos. A única forma de transformar o “herói” bandido em exemplo a não ser seguido não é matando. É mostrando que o braço do Estado é infalível. Aprontou, dançou.

Porrada versus trabalho mais inteligência.

No Mapa da Violência (aqui) recém publicado uma constatação. Triste constatação: Itabaiana é o segundo mais violento município de Sergipe, há anos. Isso nos instigou a pensar um pouco o passado quando os assassinatos por aqui ocorriam por vingança por encornamento, assim como briga “de cachaça”, ou seja, por bebedeira e descontrole... nunca por apostas em jogos ilegais ou papelotes de cocaína, crack ou maconha não pagos, tão comuns nos dias atuais.
Os níveis de violência em Itabaiana até 1983 eram de primeiro mundo, como dizem os tabaréus com complexo de vira-lata. De Sergipe, nem se fala. Houve cidades de dez mil habitantes que passou dez anos sem um só assassinato. Depois de 1983 a coisa começa a perder o controle.
Fomos verificar – e atualizar com os últimos números do DATASUS, de 2007 – uma tabela que mantemos e, surpresa por ainda não havermos constatado: Do período de perda total do controle sobre a violência no Estado, o único em que se salva é o que a Segurança foi administrada por Wellington Mangueira. Pegamos quatro municípios da Grande Aracaju como exemplo e os três mais populosos e coincidentemente mais violentos fora da Grande Aracaju: Estância, Itabaiana e Lagarto. A violência em Aracaju desabou no período, com queda de 40 por cento nos homicídios; Em Lagarto, que passava por certa tranqüilidade naquele momento, cai a menos de um terço; em Estância, idem e até em Itabaiana cravamos 1998 com apenas 5 assassinatos, onde já vínhamos com quase dez anos entre os 16 e 20 ao ano. 1998 foi o ano do sonhado e tão mal-fadado Conselho Municipal de Segurança, instrumento civilizado para tratar com o assunto segurança, mas instrumentalizado pelo partidarismo político e com o fim que tudo que assim o é, tem.
Tão logo foi abandonada a política de Segurança de Mangueira, e consequentemente voltou-se a apenas apostar na porrada pra resolver problemas de segurança, e os níveis subiram estratosfericamente. Itabaiana, 5 assassinatos em 1998 e 36 em 1999; Aracaju, 60 para 109; Socorro, 17 para 37; Lagarto, 3 para 20; Estância, 7 para 15; Barra dos Coqueiros, "0" para 3; e apenas em São Cristóvão caiu de 12 para 8. Observa-se essa tendência de subida de forma generalizada pelos demais 68 municípios.
No supra citado estudo, mesmo indo-se pela média dos últimos cinco anos estudados, Itabaiana está na incômoda classificação de 211° lugar dentre os 5.561 municípios brasileiros. Em Sergipe, à sua frente somente a Barra dos Coqueiros em 198° lugar. Aracaju é o terceiro, em 289° no ranking nacional.

domingo, 28 de março de 2010

Tá reclamando de quê?


Vereadores ligados à ex-prefeita Maria Vieira Mendonça vem reclamando incessantemente de falta de apoio por parte do governador Marcelo Déda, e do PT sergipano como um todo.
Mas estão reclamando do quê?
Quem poria 14 quilômetros de asfalto numa cidade onde toma cacete em toda eleição; e num final de mandato de um aliado que acaba de perder a reeleição?
Sinceramente, ninguém em Itabaiana pode reclamar até agora dos governos dos "companheiros", seja na Presidência da República, seja no Governo do Estado. Se muito mais não veio é porque não quiseram ir buscar.
(clique no gráfico para vê-lo melhor)

sexta-feira, 26 de março de 2010

O preço de uma reeleição “na tora”.

Recentemente o deputado federal Jackson Barreto andou a abrir a bocarra, e em defesa do governo Deda disse que hoje o governo de Sergipe já não é feito pelas quadrilhas nos governos de antes.
Sinceramente, fico a buscar onde enfiaram 26 milhões de reais (atualizados) em Itabaiana entre abril e outubro de 1998, no auge, no orgasmo do “eletrocheque” do Dr. Albano do Prado Pimentel Franco, descendente direto de José Acciaivoli de Barros Pimentel, pai.
Foram 3,6 quilômetros de calçamentos a paralelepípedos, 1 quilômetro duplo (duas pistas) na Avenida Manoel Francisco Teles, e mais 2,9 quilômetros de asfalto no Bairro Marianga. Tudo somado, 7,5 quilômetros de via urbana beneficiada. 26 milhões, atualizados pelo IGP-DI. Na época representou o dobro do orçamento municipal de Itabaiana.
Como comparativo, todos os investimentos do Município em 2008 - incluindo os 14 quilômetros de asfalto feito pelo governo Deda – somaram R$ 8.039.714,53. Vide gráfico abaixo (clique em cima pra ver em tamanho maior).
Sem esquecer: ao menos em 1998, Jackson Barreto, segundo língias de trapo, teria sofrido um enorme eletro-cheque. Logo, saberia do que fala.

Obs. Os valores da Boanerges Pinheiro contem mais 200 metros referentes à Praça João Pereira, em sequencia.
Obs.2 - Adicione-se ao executado pelo governo João Alves os 410 metros das ruas Barão do Rio Branco e Marechal Floriano Peixoto.

quinta-feira, 25 de março de 2010

A encenação da Paixão de Cristo na Mangabeira. 1 de abril.

Eu soube através do então vereador João Alves dos Santos – João Patola – ainda em 2001, e, suspeito, pelo natural envolvimento emocional, custei a acreditar que no lugar onde nasci, por uma iniciativa completamente isenta de influências externas, as novas gerações de moças cantoras de benditos resolveram encenar a Paixão de Cristo. Seu Lixande de Zé de Bomfim aprovaria, com certeza. Além de tanto gostar de rezas... é na Mangabeira. E é fruto do que ele plantou quando ergueu com ajuda de outros moradores a primeira capelinha, e onde tantas noites de rezas fez, e onde por décadas, moças e senhoras – alguns marmanjos, também - de voz firme, mesmo depois de um dia de labuta vigorosa no campo tem se postado na hoje igreja nova (que tem mais de trinta anos) para repetir as novenas de Senhora Santana. Os benditos não são mais aqueles que ouvia extasiado quando menino - e que um dia ainda verei transformado em obra de arte sacra musical – mas a mesma devoção lá permanece. E lá estão as novas gerações dos troncos da época: Martim de Cuta, Zé de Donata, Martin do Forno, Justino e Angelina, Bento, Rufino, Clotilde, Zé Roque... é tanta gente que nem mais me lembro. Alegra-me muito em saber que não se contaminaram com modernismos a ponto de esquecerem as tradições de trabalho, honra, honestidade e de fé.
Há certos povoados de Itabaiana que engrandecem a alma do município, exatamente por manter viva a chama que fez deste um lugar de progresso assim que as estradas chegaram. A Mangabeira é um deles. Pode-se listar também a tradicionalidade do Zangue, da Cajaíba e da Matapoan, a velha “Moitapã”, entre outros.

O povoado.
A Mangabeira é um dos povoados de formação mais antiga dentro da Itabaiana. Apesar de seu crescimento populacional e conseqüente ocupação territorial somente se dar já no século XX, Lima Júnior descobriu-lhe o princípio da devoção de Santa Ana já em 1744, quando foi doado o Sítio Mangabeira à capela do Senhor Bom Jesus do Matozinhos e sua associação a uma segunda, a de Santa Ana, que de fato não existiam fisicamente, funcionando de início e provisoriamente na mesma capela de Santo Antonio e Almas, na então Vila de Itabaiana.
Os doadores do sítio residiam no Boqueirão, hoje município de Areia Branca, local por onde também passa a estrada colonial para São Cristóvão. A Mangabeira foi sítio de Antonio Rodrigues de Souza que o vendeu aos doadores à capela de Santa Ana, o alferes Antonio Machado Mendonça e sua esposa Francisca Gomes de Oliveira. Não tendo desenvolvido logo, perdeu-se a documentação e tudo o mais referente à tentativa de criação de mais uma irmandade católica na Itabaiana. A devoção a Santa Ana, contudo ficou, tendo sido resgatada nos anos 40 do século XX pelo meu saudoso pai, Alexandre Frutuoso Bispo. Infelizmente, a pequena imagem barroca do século XVIII, substituída no altar da nova igreja construída no povoado foi roubada da casa de minha mãe em 1992 e nunca foi encontrada.
Em mapa de 1640, os dois ramais internos às serras da estrada colonial de São Cristóvão quase se tocam na Mangabeira. Um, que passa pelo Forno e diretamente para a sede de Itabaiana, vira ali para o sudoeste até atingir a Ribeira, e de lá, por trás da serra da Cajaíba ruma para São Cristóvão; o outro, que parte do primeiro no hoje povoado de Cajueiro vem rumo norte até um morro ao fundo da capela de São Francisco, no Gandu, próximo ao Parque dos falcões. O povoado, contudo, não aparece em nenhum documento histórico, salvo o descoberto por Lima Júnior, antes de 1900. O meu avô paterno instalou-se no local onde hoje está a pracinha por volta de 1910. E foi o único morador por quase dez anos.
Chega-se à Mangabeira por estrada de terra com início na BR-235, altura do quilômetro 41, no povoado Rio das Pedras, próximo ao quebra molas e daí pela sobredita estrada por 3,2 quilômetros até a pracinha do povoado, onde fica a capela e onde será encenada a Paixão de Cristo a partir das 19:00 horas deste 1° de abril.

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LIMA JÚNIOR, Francisco Antônio de Carvalho. Poeira dos archivos. Mais dous Patrimonios. Diário da Manhã, Aracaju, 31 de dezembro de 1926, p. 2.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Tá tudo dominado!

Olha só o que está por aqui: (clique)

A cesta de alimentos.

Dias atrás, ouvindo a certa distância um papo entre dois jovens na faixa de vinte a vinte e cinco anos, gelei. Não pude ouvir com detalhes sobre o que conversavam, porém deu pra perceber que falavam sobre um ilícito cometido por um terceiro. E o que me fez gelar? O aparentemente mais velho deles relativizou a prisão de terceiro arrolado com a seguinte expressão: “E daí? Vai preso dois dias, contrata o “adevogado” depois fica pagando uma cesta de alimentos e pronto, rapaz! É só tocar o barco pra frente. Só não pode é rodar a cara.” Rodar a cara, na gíria de bandido é bater de frente, com policial e principalmente com bandido mais perigoso. Os jovens em questão, até onde eu saiba, sequer tem alguma passagem pela Polícia; mas usam a mesma linguagem que "seus colegas", estes habituais frequentadores das salas de interrogatório.
Eis o que pensa essa juventude delinqüente da qual participam ou participavam Maria Sônia de Melo, mandante do crime que abateu a vida de Jaqueline Souza Mecenas na última segunda-feira, 22; Ronaldo Mota dos Santos, o assassino contratado, e os dois traficantes, Erivaldo Oliveira e Jaedson Barbosa, mortos em confronto com a Polícia na manhã desta terça-feira, 24 de março(aqui).
Não existe no arcabouço moral dessa gente (se é que existe isso neles) a presunção de punição, de perda, com tais atos, salvo da própria vida. Que também não é valorizada por eles. Eis os monstrengos que criamos em nossa corrida ao ouro; em nossa perigosa jornada ao vale-tudo.
Não vale à pena roubar. Ou entrar em qualquer tipo de criminalidade. Custa muito caro. No mínimo vai ser uma sombra a perseguir o fora-da-lei por toda a sua vida, até a velhice, se a ela chegar, e ninguém gosta de ser chamado de ladrão. Entretanto, a frouxidão com que a sociedade vem tolerando os “bem-sucedidos” do vale-tudo acaba fazendo crer que vale a pena continuar nessa espiral.

A fortaleza.
Sobre a ação de hoje da Polícia, nota dez(mais aqui). Em que pese o perigo representado pelo apelo à resolução fácil da criminalidade através da matança, tá demonstrando que o Estado tem donos. E não são os bandidos seus donos.
A rapidez com foi desvendado o crime que vitimou Jaqueline Souza Mecenas (aqui) enche a qualquer cidadão de bem de orgulho e esperança. Se isto tivesse sido a práxis desde tempos remotos – ao menos desde 1984, quando começou esta escalada maluca – não estaríamos aqui lamentando mais números macabros para a estatística da cidade.
Meu lugar é uma fortaleza natural, cercada de serras o que lhe confere facilidade no controle. Isso já o fazia os índios de Baepeba quando acendiam suas fogueiras de alerta na serra dos montes, ao sul do Campo do Brito pra alertar da presença de invasores na área (a serra chamou-se do Botafogo até quase 1800). Se a área é uma fortaleza natural, jamais me conformarei com o fato de autoridades relapsas e preguiçosas tê-la deixado se transformar num covil. Por isso, parabéns mais uma vez à Força Pública do Estado de Sergipe. Tem de limpar.
Quero voltar a me encher de orgulho com as estatísticas dos montes de feirantes a retornar à terra de Santo Antonio de Itabaiana trazendo o produto de seu suor e dos produtores que lhes forneceu; das dezenas de caminhoneiros a enriquecer nossas ruas com o produto de suas longas travessias nas estradas do meu país, e não da estatística de ladrões de estrada a fixarem registros deprimentes até nas casas legislativas de outros Estados ou de um monte de vagabundos negociando porcaria, servindo de mula pra outros vagabundos maiores a esganar a auto-estima do lugar. Quero voltar a ver famílias morando em seus sítios sem o risco de morrerem pelo crime de trabalhar pelo próprio sustento; de terem o direito de criarem suas galinhas de capoeira, suas vaquinhas, cabras... ter seu transporte, fruto de seu suor, sem esses monstrengos a perturbar. Quero a riqueza real, a mesma que turbinou nosso lugar nos anos 50 e 60, duradoura e enobrecedora porque obtida com nobreza de caráter através do suor do próprio rosto e de suas habilidades de negociadores natos. Quero o fim do covil e a reconquista da nossa fortaleza: a Itabaiana.
Santo Antonio de Itabaiana.

terça-feira, 23 de março de 2010

Saída questionável.

Diz Gilson de Oliveira (aqui) que uma delegação representando a Associação Olímpica de Itabaiana, incluindo seu presidente Eduardo Almeida, foi a Lagarto negociar uma transferência dos jogos do clube no quadrangular do campeonato sergipano para aquela cidade. A transferência se daria por motivo de as rendas no Batistão estarem muito aquém das expectativas.
Sei não, mas, certas coisas não se misturam.
É bem verdade que o estádio de Lagarto está a quase vinte quilômetros a menos que o Batistão, e que aquela rivalidade entre Itabaiana e Lagarto hoje já não mais existe; todavia, capital é capital. É lugar de todos os sergipanos. Sem esquecer que parte não desprezível da torcida fiel do Itabaiana vive na Capital.
Se o Itabaiana está ruim de público – e de renda - o único problema de estádio seria o do Presidente Médici. Fechado já há mais de 120 dias para reforma. Outros? Acho que haja muito pouca diferença. Acho até que parte do problema pode estar na associação explícita na mesma negociação onde se percebe nitidamente o caronismo político partidário. E isso, até quando ocorreu com Jose Queiroz - que entrou na política depois; e legendário em termos de história do clube - não foi muito bem. O Itabaiana é como Santo Antonio: é de Itabaiana. Do povo de Itabaiana.
Em tempo: os valores de 10 mil reais mensais repassados ao clube em 1997 pela Prefeitura Municipal – quando o time quebrou o jejum de 15 anos sem títulos - hoje, corrigidos, ficariam em 40 mil mensais (IGP-DI - FGV). E tais valores, mesmo mantidos durante 12 meses seriam mais barato e muito mais produtivos ao Município – em contrário às manchetes policiais - do que uma única das inúmeras bandas “tira o pé do chão” melhores(?)que vão tocar duas horas e enrolar três na Micarana.

Medo fundamentado

As reclamações registradas nesta segunda-feira por Francis de Andrade em seu programa na Rádio Itabaiana FM - e repercutidas por Edivanildo Santana, aqui - feitas pelos vereadores Valmir de Francisquinho e José Teles, o Zé de Toínho, tem procedência pela parte deles. Ambos vivem uma briga de gato e rato desde que Valmir foi candidato a vice-prefeito e se projetou nas hostes chiquistas. O motivo é a sucessão. Tudo na vida tem sua sucessão e, possivelmente a próxima eleição de Maria Mendonça à Assembléia – acredito que ela se eleja – será, no máximo a penúltima participação do nucleo familiar de Chico de Miguel na política. Ou seja, mais dia menos dia, haverá um cargo de líder à disposição com um considerável espólio eleitoral para tomar de conta. Isso não virá de graça, óbvio; mas o que melhor oferecer garantias à família e ao núcleo do grupo, esse ficará com o prêmio.
Suspeito – suspeita minha, não levem a sério, pois - que isso esteve na agenda do pessoal de Chico já a partir de 2003, quando houve uma aproximação muito grande com o hoje deputado federal Eduardo Amorim. Ocorre que Eduardo não tem luz própria, todos sabem disso. O acerto envolveria Luciano Bispo e daí um candidato de consenso à Prefeitura que resolveria o problema de todo mundo. As dívidas de Luciano e o problema sucessório dos Teles de Mendonça. Luciano foi pra briga e perdeu. Chico sentiu o prazer de antes de partir ver o poder municipal voltar pra dentro de casa. E Maria amargou o fato de estar vidraça no meio de uma pedreira sem fim, administrando um município de alto teor de vícios eleitorais, mas com a terceira pior renda relativa no Estado. Quanto aos Amorim, esqueçam deles querendo um cofre furado.

Desde 1823

Não existe a terceira via em Itabaiana. Desde 1823 – quando houve a primeira eleição – é assim. Ou se parte para ser a primeira para no mínimo ficar com a segunda, ou se aquieta conformando-se com um vereador aqui, outro acolá.
Diz um linguarudo amigo que tenho (que ele, Jose Valde dos Anjos não me leia) que aqui há dois partidos: o que está comendo e o que quer comer. Se os verbos são esses não posso atestar; mas que são sempre dois, disso não tenho dúvida. Tem famílias aqui que votam no mesmo lado desde 1823. Mesmo que os partidos tenham mudado de nome e de líder “n” vezes. E elas são a base para tudo o mais que ocorre na política em Itabaiana.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Os garotos do skate.

Tabareuzão que ainda sou, mas o era ainda mais em março de 1975 quando me alojei na Casa dos Estudantes para recomeçar minha vida de estudos e me integrar em definitivo à cidade. Logo em seguida estava em contato com a cultura universalizada através de revistas jovens como Pop, extinta, programas de rádio com música incrementada como a “Paradinha do Chicão”, na rádio Atalaia AM (ainda não existiam as FMs), e etc. Dois esportes radicais da garotada dos grandes centros na época me chamava a atenção: o vôo livre e o skate. Nunca me encantei com o surfe.
2002, dezembro, Praça de Eventos, por volta das 19 horas, dois garotos me chama a atenção justamente pela prática daquele esporte que me encantou 27 anos atrás. E aí mergulho na realidade: minha cidade ainda falta muito para aquilo que se conhece como cidade. Falta ci-vi-li-da-de. Que é também sentar-se à mesa num barzinho num fim de tarde ou numa manhã de domingo; mas, com certeza, não é essa cultura maluca de “beber, cair e levantar”(e ficando surdo), único esporte difundido por aqui com graves conseqüências, inclusive para a saúde. Falta entretenimento sadio. Falta a prática da cultura com alguma organização. Falta esporte. A reclamação dos garotos, salvo engano de nomes João Batista e Paulo Leonardo era que a Prefeitura prometera, mas não construíra uma rampa de skate; coisa básica. Até hoje não foi construído. E se o for, será numa condição que sirva pra tudo, menos para os desportistas praticarem o esporte.
A idéia da área de lazer era de uma praça de lazer! Com concha acústica para shows, pista para platéias grandes e até para dança, quadras de esportes, tobogãs, rampa de skate e uma série de brinquedos para a criançada. A concha acústica e o espaço de platéia se tornaram meio de vida pros amigos do rei (de todos os reinados); as quadras foram adaptadas para “outros carnavais”, e o local onde ficaria o restante da infra estrutura de esportes... foi doado DE BOCA a uma cooperativa de transporte... que não recolhe um centavo de imposto para ser aplicado, sequer na melhoria do próprio sistema. Nem um banheiro para seus passageiros constrói; fazendo com que os passageiros mijem nas calças ou aborreça a vizinhança atrás de um banheiro. Agora se acena com uma Praça de Esportes. Extremo leste da cidade, de indiscutível utilidade para a população ao seu entorno. Mas não é uma obra para Itabaiana; e sim para parte dela.
E continuamos sem uma política de esporte como bem alega o professor José Costa:

O ESPORTE EM ITABAIANA
O maior orgulho dos itabaianenses no esporte é com certeza o time de futebol profissional, a Associação Olímpica de Itabaiana, que foi fundada em 1938 como Botafogo Futebol Clube e depois passou a se chamar Itabaiana Esporte Clube. O Itabaiana sagrou-se campeão do Nordeste e vice-campeão Norte-Nordeste em 1971 e por 9 vezes campeão sergipano, nos anos de 1969, 1973, 1978, 1979, 1980, 1981, 1982, 1997 e 2005. As maiores conquistas da AOI tiveram a frente o desportista José Queiroz da Costa como presidente. O tremendão da serra participou da Taça Brasil, Taça de Prata, Taça de Ouro, Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil.
O campeonato amador de futebol é uma sensação em nosso município. É realizado a mais de 40 anos com dezenas de equipes, disputado nos finais de semana nos campos de pelada da cidade e dos povoados, dando aos atletas não profissionais a oportunidade de disputarem um torneio bem organizado, que incentiva a prática esportiva aquelas pessoas que trabalham durante a semana e só tem os finais de semana para praticar esporte e que vem revelando vários atletas ao longo dos anos para o futebol profissional.
O futsal itabaianense também teve um destaque especial em nossa cidade nas décadas de 60 e 70, na quadra do G.L.E.I, onde hoje é a loja M.Sobral, através do desportista “Chico Cantagalo” que realizou diversos campeonatos adultos, os quais revelaram vários jogadores para o Itabaiana e os times de Aracaju.
Em 1972, o desportista Wilson Cunha, o “Gia”, fundou o Itabaiana Coritiba Esporte Clube que se sagrou Eneacampeão sergipano de futsal adulto, campeão do Nordeste em 1992 e participou de três campeonatos brasileiros. O Coritiba também disputou o campeonato sergipano de futebol profissional sagrando-se campeão da 2ª Divisão em 1996 e vice-campeão da 1ª Divisão em 1997.
No esporte escolar, o Colégio Estadual “Murilo Braga” foi o maior celeiro de atletas do interior e um dos dez melhores de Sergipe em todos os tempos, obtendo excelentes resultados nos Jogos da Primavera, Jogos Infantis, Jogos das Escolas Públicas e Jogos Estudantis. O CEMB destacou-se no basquete, futsal, futebol de campo, handebol, voleibol, ciclismo, atletismo, tênis de campo e outros esportes individuais, com um trabalho de dedicação, abnegação e competência dos professores Gersonito, José Antonio, Manoel da costa Lima, Ronaldo Lima, Wilson Reis, Alberto Fontes, Benjamim, Valtênio Alves, Marcos Lima, Nivaldo, Jair Marinheiro, Henrique, José Costa e outros mais, que ensinavam à iniciação dos esportes.
A Rua de Lazer foi outra atividade que teve uma importância fundamental para a massificação do esporte amador em Itabaiana, com milhares de crianças e jovens participando nas ruas da cidade e nos povoados de atividades recreativas e esportivas, aos domingos e feriados. O projeto foi iniciado em 1985 pela Prefeitura Municipal de Itabaiana que infelizmente acabou em 1989 com a mudança do comando político municipal na época. Os professores de educação física José Costa, Valtênio, Wilson Reis, Benjamim, Jair Marinheiro e Josiel foram os responsáveis pelo projeto. Anos mais tarde, o Vereador Wilson Reis retornou a Rua de Lazer com sua equipe.
Ao longo dos anos, vários espaços esportivos foram importantes para o desenvolvimento do esporte em Itabaiana, destacando-se o Módulo Esportivo, antigo campo Etelvino Mendonça, onde a AOI ganhou o primeiro título estadual em 1969; o Estádio Presidente Médici; as quadras de cimento do CEMB hoje situado o Ginásio de Esportes Miltão; a Quadra do G.L.E.I e os campos de pelada do município. É lamentável que o município de Itabaiana com a história que tem no esporte, não tenha um ginásio esportivo municipal ou estadual para realizar competições em âmbito estadual ou nacional e também para servir a população em geral.
Itabaiana sempre foi respeitada por todos sergipanos quando o assunto é esporte, seja ele profissional ou amador, porque aos longos de décadas os itabaianenses sempre tiveram a honra de representar nosso município em competições estaduais e nacionais com competência e acima de tudo por ter orgulho de ser “ceboleiro”, como nós somos chamados pelos nossos adversários, apelido dado a nossa gente, pelo fato de que anos atrás o nosso município era o maior produtor de cebola de Sergipe e um dos maiores do Nordeste.
Esperamos que o esporte em Itabaiana volte a ser incentivado e valorizado pelas autoridades municipais e estaduais como algum tempo atrás, para que ele possa contribuir na formação integral de milhares de crianças e jovens itabaianenses, afastando-os das drogas, bebidas e das más companhias.
José Costa
Professor de Educação Física
CREF 000245-G/SE

domingo, 21 de março de 2010

Tempos modernos.

A reação do ex-prefeito Hélio Mecenas de São Domingos às postagens de Edivanildo Santana em seu blog vem mais uma vez mostrar que esse pessoal da antiga não conseguiu captar os novos tempos (aqui).
Agora não é mais o diretor da rádio, do jornal, da revista ou TV o responsável pela notícia. Qualquer anônimo, - qual-quer - pode funcionar como um jornalista. Um celular não é somente aquilo que teimo em achar que é: um aparelhinho pra falar e dar recado. Não! Como bem demonstra uma propaganda atual, de uma garota que consegue juntar um monte de gente num instante e com isso impedir o corte de uma mangueira centenária, o celular é câmara, gravador e até filmadora e, pior, emissora de comunicação. Apenas um celular. Não estou a falar de um computador com toda aquela tralha de fios; e sim de um celular. Um simples celular.
Uma notícia vara o mundo todo em questões de segundos através dos e-mails, blogs, páginas de relacionamentos como o MSN, twitter, etc., e os danados dos celulares. Danadinhos! Uma foto e lá se foi uma mentira ardilosa e (quase) perfeitamente bem bolada durante meses.
Anotem: Sarney (que com 60 anos de vida pública entende das coisas) já sinalizou: a democracia vai ser direta. Nada de deputados, senadores, vereadores, etc.; e até a Justiça se prepare para alguma ONG de ombudsman, aquele, ou aqueles caras, que criticam o sistema de dentro do próprio sistema.
Tá ficando complicado permanecer com a política das arrumações à antiga. É melhor se acostumar e se adaptar.
Internet não é só propaganda como pensam os espertos. Internet é informação contundente; contraditório; desmentidos “na lata”; contínuo esfregar nas ventas dos dissimulados, dos mentirosos. Quem tá sofrendo com a internet é gente grande. Imagina o que acontecerá aos pequenos.
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Aliás, para registro aqui, Edivanildo Lima (ops!) Edivanildo Santana estréia seu "Na Boca do Povo" amanhã na Princesa FM.
(Edivanildo Lima é uma gozação, lembrando de como o radialista se assinava quando jornalista do exército dos não remunerados de apenas três repórteres, redatores, diretores, vendedores, divulgadores, distribuidores e mais um monte de atribuições do jornal Tribuna do Povo, março-maio de 1982).

sábado, 20 de março de 2010

Vícios recorrentes.

Todos. Absolutamente todos os primeiros anos de cada mandato de Luciano Bispo de Lima ele extrapolou no gasto com pessoal.
Pra variar, o próprio repetiu o mesmo no último ano de seu penúltimo mandato, quando tentava eleger Jose Carlos Góis, e Maria Mendonça, que foi a vencedora também lhe imitou levando a folha de pagamento às alturas.

O “Imposto inflacionário” e a perda de controle

Analisando os pormenores das execuções orçamentárias de Itabaiana nos últimos 20 anos a primeira conclusão lógica a que se chega é que os administradores do período: Luciano Bispo de Lima, João Alves dos Santos – o João de Zé de Dona - e Maria Mendonça não entenderam a lógica do Real. Não aprenderam a trabalhar sem as inflações altíssimas até o segundo ano de administração de João de Zé de Dona. Mesmo Maria que retornou ao poder municipal depois de 16 anos parece ter trazido a cultura inflacionária de até 1988, então último ano de seu grupo na Prefeitura, e os vícios do empreguismo, facilmente administrável em tempos de inflação altíssima, e bem mais difícil em tempos de estabilidade.
É impressionante a espiral de gastos com pessoal. Isso não apareceu de imediato devido ao “imposto inflacionário” que até 1994 reduzia as extensas despesas com pessoal a pó. No início de 1990, por exemplo, enquanto a prefeitura recebia os repasses do FPM e ICMS corrigidos pelo índice do dia pagava os salários na prática com descontos de quase quarenta por cento em cada mês, já que a inflação chegou a cravar 80 por cento ao mês. Além disso, havia a queda real no próprio valor nominal dos salários. Em 1989, primeiro ano de Luciano, o salário mínimo começou o ano valendo R$ 538,56 (Cz$ 54.374,00) e fechou o ano valendo apenas R$ 414,61 (NCz$ 788,18) numa inflação anual de 1.782,8% medida pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas. Períodos maiores chegavam a derrubar o valor real dos salários a menos da metade do valor nominal, efetivamente pagos. Em resumo: nos governos João Germano da Trindade e primeiro de Luciano Bispo de Lima, a inflação do período permitiu aos grupos dominantes empregar o dobro do pessoal pagando de fato pela metade.
Pelo visto, dezesseis anos depois do Real e ainda há resistências em perceber o óbvio.
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Os percentuais de FPM na tabela é para demonstrar que o aumento de pessoal não pode ser debitado na conta das municipalizações da Educação e da Saúde, haja vista ter havido queda relativa do mesmo, em que pese ter havido aumento real ano após anos. Logo, a diminuição de seu percentual deve-se ao aumento geral de repasses provocados pelos fundos da Educação e Saúde: Concluindo: o pagamento do pessoal das duas área veio por fora.

Me engana que eu gosto!

Pois é!
Diógenes Brayner revela em sua coluna (aqui) que José Carlos Machado vai cobrar definição de Albano quanto à sua posição no Estado. Pois bem, quem mais conhece Albano na política sergipana é Machado; e sabe que Albano só decide faltando cinco segundos para a expiração do prazo eleitoral. Ou melhor, só comunica sua decisão. Já que esta é tomada bem antes. Logo, Machado sabe muito bem que Albano ficará onde sempre esteve: no muro. Apoiará a chapa de oposição do mesmo modo que apoiou José Carlos Teixeira em 1986. Portanto, essa história de cobrança de Machado a Albano é jogo de cena de dois dos melhores jogadores da política sergipana. Machado cobra porque sabe que nem precisa cobrar. Mas não cobrará muito mais do que isso a Albano porque sabe que também não receberá. Está tudo “enlatrado”, como diria o ex-vereador Antonio Andrade da Costa, o Tonho de Pombinho.

quinta-feira, 18 de março de 2010

É justo! Muito justo. Aliás, é justíssimo!

Pior que tá certo!
Luciano Bispo resolveu ajudar a liga de esporte amador... de Luciano, fundada pelo saudoso “Tonho Cabaré”, eleitor de Luciano e assassinado no início de 2008, fato que ajudou a cimentar a vitória de Luciano (mais aqui). Pois bem. Eis que os vereadores “de Chico” (*) ligados a ex-prefeita Maria Mendonça resolveram emendar a Lei que autoriza os repasses para repartir o dinheiro com a Liga “de Chico”, nas mãos do ex-vereador Wilson Reis, “de Chico”, pra Chico e sempre por Chico. Ora, farinha pouca, meu pirão primeiro. Já que essa zorra é como rabo de besta - só cresce pra baixo – que se dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Tirando o Altíssimo dessa confusão de espertos (João Grilo, o do Auto da Compadecida toma de olé dessa turma), que se dê a Maria “de Chico” – e seus correligionários - o que é do partido de Chico e a Luciano o que é do partido de Luciano. É assim que funciona. Chico Heráclio do Limoeiro (Pernambuco) ou Odorico Paraguaçu ficariam orgulhosos desse modo de se fazer justiça “politicadamente”, como diria o mesmo Odorico(aqui). Não é a toa que no excelente trabalho que fez (aqui) Amanda Rossi põe no mesmo balaio de gatos Chico de Miguel (ainda vivo quando foi feito o trabalho), Luciano Bispo, o antológico Chico Heráclio do Limoeiro, Pernambuco; e mais os neo-coronéis de Delmiro Gouveia, Alagoas; Januária em Minas Gerais; e João Alfredo, também em Pernambuco.
Agora quem manda “é nóis”!
Que falta faz o Dias Gomes.
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(*) Francisco Teles de Mendonça, o Chico de Miguel que comandou Itabaiana integralmente de 1974 a 1988 e parcialmente desde 1966 e depois de 1988 até a sua morte em dezembro de 2007. Mais aqui.
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Obs. Odorico Paraguaçú é um personagem da obra do dramaturgo Dias Gomes intitulada O bem-amado, encenada pela Rede Globo de televisão nos anos 70, e que era interpretado pelo saudoso Paulo Gracindo encarnando um típico coroné com suas malandragens, perseguições sofridas ou impostas e etc., e as manias de grandezas, inclusive a de falar "difícil".

terça-feira, 16 de março de 2010

Reinou o bom senso.

É tudo sobre o que achamos conveniente afirmar relativo à decisão ocorrida ontem na Câmara Municipal acerca da polêmica do feriado. Já quanto aos estragos...

domingo, 14 de março de 2010

Luciano e seus dias de Sebrão.


Tomei um susto quando ouvi numa reunião da CDL – onde prestava assessoria na época – a notícia da criação do feriado de N. S. do Bom Parto. Não apenas pela criação da data, mas, principalmente pelo inusitado dela: 18 de dezembro. Sem absolutamente racionalidade alguma. Cheguei a perguntar: “Como é que deixaram passar isso?”
No primeiro ano ninguém ligou; no segundo também, salvo engano até o terceiro. Aí vem a derrocada da administração de Luciano Bispo e a insatisfação geral e a busca por bodes expiatórios. Então já havia mudado o padre e obviamente que começou o zum-zum-zum pra desfazer a Lei. E aí todo mundo começou a notar que a dita data cairia no mesmo dia da semana que o 25 de dezembro e o 1° de janeiro. Luciano empurrou com a barriga, Maria Mendonça, idem.
Itabaiana é assim: os politiqueiros “espertos” varrem tudo quanto é problema para baixo do tapete até que eles explodam enlameando a todos, como tem ocorrido de vez em quando com cenas tétricas, como a observada acima: pai e filho (este com o queixo arrancado) assassinados depois de uma série de barbaridades perpetradas e sofridas (o terceiro é Manoel Teles, assassinado num claro ato de vingança; como antes do código do Talião). Tudo porque politiqueiro não negocia; toma ou cede “na tora”. Isso – negociação - é coisa de político, que é gente civilizada.
Eis Luciano revivendo Sebrão. Tomara que não venha a morrer ninguém pelas balas ou sabres de alguém, como ocorreu em 14 de junho de 1916 na esquina da casa do falecido líder Chico de Miguel, vitimando Francisco Pereira Andrade, o avô do vereador Francis de Andrade. É que o coroné coronel Sebrão resolveu que em 1916 não haveria Festa de Santo Antonio pelo motivo do padre não ser “do seu lado”. E não houve. Ameaçaram invadir a igreja, e o padre que não era santo buscou garantias. Uma dessas era o pré-falado avô de Francis de Andrade que tombou morto pelos golpes de sabre da polícia a serviço de Sebrão.
O que Luciano está a fazer não é corrigir seu erro quando permitiu o sobredito feriado em 1997. Luciano resolveu desmoralizar, passar por cima, desconhecer uma autoridade eclesiástica. Um padrequinho “baixinho, barrigudinho e teimoso” como foi chamado na última vez que foi à Câmara Municipal. “Sem parentes importantes e vindo do interior”(*), como poetisou Belchior. Até onde eu saiba, Luciano recusou qualquer negociação com o pároco; tratou como costuma tratar aos adversários desimportantes: nem água. Coisa dos coronéis politiqueiros da história de Itabaiana: você só é importante pelo risco que traz, o risco de causar danos; seja pra se aliar, seja pra ser combatido.
O padre vai ter que se mudar. É inconcebível a permanência num local de uma autoridade desmoralizada. Do mesmo modo que fez o padre Vicente de Jesus em 1° de janeiro de 1917, nos tempos do coronel Sebrão. Quanto a Luciano... com esse vácuo de lideranças que existe é bem capaz de passar mais dez anos de poder. Tomara que também não leve o cofre da Prefeitura pra casa, como fez Sebrão. E lá vamos nós continuar no noticiário.
Eta lugarzinho azarado!!!
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Político = pessoa civilizada que busca resolver conflitos primordialmente pela negociação e pela Lei;
Politiqueiro = elemento que adentra a seara política apenas com o interesse de ganhar dinheiro e posição social. Em geral é impaciente e age rudemente a cada provocação, já que seu objetivo único é se “dar bem”.
(*) Belchior, Apenas um rapaz latino-americano
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P. S. – Não sei se procede – não fui testemunha nem recebi nenhum material atestável para tal – mas soube que ontem, sábado, 13, na rádio Itabaiana FM de propriedade do deputado federal José Carlos Machado e lago de ressonâncias das ondas lucianistas foi interrompida a transmissão da missa do sábado à noite realizada na matriz do Bom Parto no momento em que o padre na homilia resolveu tocar no assunto da tentativa de negociação. Torço para que tenha sido boatos, já que conheço o caráter dos companheiros que operam naquela emissora. Dos lupinos que cercam Luciano não duvido nada.
Tá brabo!
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P.S 2: Se no meio dos seis leitores que tenho (quatro são confirmados, a quem agradeço-os) houver algum luciani$ta, virá logo a justificativa: ele "cronta" Luciano. É do "cronta"!

sábado, 13 de março de 2010

De congratulações.

O saudoso João Andrade - o João de Manoel Teles - dizia que Leandro Maciel, ex-governador, ex-senador, ex quase tudo em Sergipe morreu sem deixar inimigos: matou a todos. Bem, conta também o anedotário sobre o mesmo Leandro que, ao encontrar o correligionário Pedro Gonçalves de Lima, o Pedrinho do Brejo, logo depois de sua vitória pra deputado federal lhe foi ao abraço. Pedrinho do Brejo não durou seis meses. Deu um piri-pafe e lá se foi, não um inimigo, mas um correligionário concorrente de Leandro. Tóc-tóc-tóc na madeira, nada a ver com certas felicitações recebidas por Edivanildo Santana que está de volta dia 22 na... depois eu digo.

sexta-feira, 12 de março de 2010

O Feriado de N S do Bom Parto

LEI Nº 849/97
DE 14 DE OUTUBRO DE 1997

Dispõe sobre a instituição de feriado municipal e outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE ITABAJANA, ESTADO DE SERGIPE, NO USO DE SUAS ATRIBUIÇÕES LEGAIS.

Faço saber que a Câmara Municipal de Vereadores aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art 1º — Será feriado municipal o dia 18 de Dezembro, data consagrada à padroeira da Paróquia de Nossa Senhora do Bom Parto, além daqueles instituídos pela Lei Orgânica Municipal.

Art.2º — Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art.3º — Ficam revogadas as disposições em contrário.

Registre-se, Publique-se e Cumpra-se.

Gabinete do Prefeito Municipal de Itabaiana/Se, em 14 de outubro de 1997.

Luciano Bispo de Lima
PREFEITO MUNICIPAL

José Nivaldo dos Santos
SEECRETÁRIO MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO


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Eu sabia que isso devia ser obra desse povo de Chico que Luciano bota na prefeitchura. Oi aí o Zé Nivaldo!
O coitadinho do Luciano acreditando...
Hehehehehe! Hai que rir para no perder la ternura jamás!

terça-feira, 9 de março de 2010

Estranho!

Há algo de estranho nessa pesquisa do Cinform divulgada ontem(mais aqui): como é que Deda tem apenas cinco pontos à frente de João Alves na pesquisa induzida se na espontânea a diferença dá mais de onze?
Será que o sergipano tem assim uma mente tão fraca que já anda a esquecer de João Alves, no centro da política do Estado desde 1975, prefeito da capital por quatro anos e depois governador em dezesseis, somando vinte deles de cargos dentre os 35 anos possíveis?

segunda-feira, 8 de março de 2010

Alerta total

Atenção Carira, Monte Alegre, Jeremoabo e João Sá: perigo à vista. A empresa inglesa Staff Work vai recrutar 700 brasileiros para trabalhar em seus navios de luxo (mais aqui). Antigamente, nos tempos de Fernão Carrilho isso significava prisão por rendição (depois de várias mortes) de inúmeros índios e mestiços dos sertões do entorno da Serra Negra. Na época, para abastecer a enorme Real frota portuguesa ou das companhias de comércio por ela protegida.
Mas desta vez, ao menos na propaganda, os candidatos serão selecionados por vários outros quesitos, inclusive o de falar inglês fluentemente. E salários que vão de 1.100 a 4.000 reais. Ainda bem que alguma coisa muda.
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Fernão Carrilho foi um capitão das entradas, um entradista, um capitão do mato, com base em São Cristóvão e posto avançado na Itabaiana (ainda não existia a povoação, hoje cidade) que dizimou a população cariri do entorno da Serra Negra até próximo de Canudos por apreensão com alta taxa de mortandade de índios, especialmente do sexo masculino, em geral para servir nas galés portuguesas, entre 1660 e 1680. Também dizimou o Quilombo de Palmares deixando o caminho livre para o paulista Domingos Jorge Velho, e depois Capitão-Mor do Ceará, onde morreu.

domingo, 7 de março de 2010

Replicando puxões de orelha

Essa é pra todo mundo que decidiu ficar só fingindo ser feliz.

"O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO…

“Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.

Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.

– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.

E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.

– Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!

A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando- nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro… casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.

Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia:

– Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.

Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite… tudo sobre a mesa.

Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança…. Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam…. era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade…

Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, t ambém ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos… até que sumissem no horizonte da noite.

O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail… Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:

– Vamos marcar uma saída!… – ninguém quer entrar mais.

Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.

Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite, do Carinho, do Afeto…

Que saudade do compadre e da comadre!”

José Antônio Oliveira de Resende
Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João Del-Rei."
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Colhido aqui:

sexta-feira, 5 de março de 2010

Sinais inquietantes.

Desde meados do ano passado que há rumores de que a Prefeitura Municipal de Itabaiana não estaria honrando compromissos assumidos, especialmente com locatários de prédios. Houve certo clamor surdo ao fim do ano referente a possíveis atrasos nos pagamentos de salários de funcionários, que já haviam tido cortes seletivos em seus vencimentos. Agora um outro rumor de que a folha de pagamento de parcela ponderável do mesmo funcionalismo só sai dia 10 de março. Ora, dia dez já é exercício financeiro futuro, de março. Deixa entender que a Prefeitura Municipal está pagando o compromisso findo com a renda futura. Como o devedor imprevidente que se enrola em dívidas cada vez maiores a ponto de usar o que ganha apenas para pagar juros, e cada vez mais comprometendo a renda futura, até ir à falência.
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Em tempo: o repasse federal do dia dez vem com todos os descontos previstos, logo, não é tanto dinheiro assim, já que o sobredito repasse corresponde em suas três parcelas a 35 por cento de toda a renda do município.

Nova chance.

Mais dez anos para a Rádio Esperança de Estância, é o que determina Decreto presidencial de ontem, 04 de março (aqui).
A Rádio Esperança, nome de fantasia, é a mais antiga emissora de rádio do interior sergipano e a quarta do Estado, todavia, nunca conseguiu se afirmar como liderança, sequer na sua região. O histórico de pioneirismo na imprensa sergipana foi insuficiente para alavancar a comunicação de massas no “povoado rebelde” da Santa Luzia do Itanhy.

quinta-feira, 4 de março de 2010

“Tucanaram” a pelada.

Nos idos dos gloriosos anos tucanos, nem só de plataformas afundadas – e “aposentados vagabundos” - vivia o país. O falar da turma da “university” na política é terrível. Aquilo que recente e apropriadamente o Luis Nassif chamou de “intelectualismo pomposo”; feito pra impressionar otários. Pois bem, o Zé Simão, do tucaníssimo jornal Folha de São Paulo não perdeu tempo: logo arranjou o verbo tucanar pra qualquer arranjo lingüístico como forma de dar pompa a frases que deveriam serem diretas, de fácil entendimento. Tucanar, portanto, passou a ser sinônimo de falar difícil, mas também de complicar o que deveria ser naturalmente fácil ou facilitado.
Na Paraíba, num desses dias em que falta o que de melhor fazer, ilustres representantes do Ministério Público fizeram um “Termo de Ajustamento” com os chefes de torcida de futebol local(mais aqui) para proibir o mais clássico e sagrado linguajar da torcida em campo: se exprimir aos berros xingando a mãe do juiz e o próprio, o bandeirinha, o cartola, o jogador e quem mais passar pela frente, supostamente criando alguma contrariedade. Será que o ilustre doutor acha que dois gatos pingados, dito chefes de torcida, conseguem seguram uma turba enfurecida com um pênalti claro e não marcado?
Que é possível segurar uma multidão em busca do prazer de guerrear sem causar ou sentir dor?
Odorico Paraguaçu “forever”.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Festival de equívocos.

Em primeiro lugar, a cidade é Santo Antonio de Itabaiana, 41ª vila da História do Brasil, 45° município mais antigo do país (41 vilas mais quatro cidades), logo, o nome original já diz quem é o dono do pedaço. Logo, também, que é inadmissível que o dono do pedaço, mesmo que o pedaço fosse hoje, digamos, todo protestante ou de outro credo religioso, não fosse historicamente respeitado. Fora de questionamento, portanto, o feriado de Santo Antonio.
Aí entramos no feriado de Nossa Senhora do Bom Parto. Ora, o Município tem direito a decretar quatro feriados durante o ano. Dois deles já estão previstos na Lei Orgânica: Santo Antonio e o aniversário de Elevação à Cidade, em 28 de agosto. Ficam dois feriados disponíveis para a administração, ouvida a Câmara, mover para onde quiser. Ocorre que com a segunda divisão(*) da trissecular paróquia de Santo Antonio e Almas da Itabaiana, os vereadores resolveram aproveitar um dos dois feriados disponíveis e criar aleatoriamente sob orientação do pároco da referida Paróquia de N. S. do Bom Parto, um dia consagrado a esta santa, que não tem dia no calendário católico, já que se trata de uma das inúmeras denominações da mãe de Cristo. O padre da época assim o orientou com vistas a ficar livre, por exemplo, no dia 08 de dezembro para as celebrações da Capital, Aracaju.
No ano em que foi criado o dito feriado ninguém atentou para a simetria com dois outros feriados: Natal e Ano Bom, os três, tudo no mesmo dia da semana. Muito menos ainda, que o tal dia poderia cair num dia de feira livre, logo, ninguém reclamou. De fato, a maioria dos comerciantes bateu palma: um dia de folga para ir pra praia, curtir seus apartamentos da capital, de Maceió ou Salvador. Todavia, no primeiro momento em que a data bateu de frente com os interesses diretos; e que, ao ser consultada a Lei, esta se reservou intolerante para com descumprimento dos efeitos trabalhistas e remuneratórios, aí, todo mundo resolveu gritar. E desde então, todo ano é o mesmo lenga-lenga.
Sinceramente, não vejo o menor motivo de se criar um feriado para santo católico além do já existente. Se assim continuar, já temos três paróquias dentro do atual município de Itabaiana e mais duas estão na agulha pra serem efetivadas, como vai ficar? E existe santo de primeira e santo de terceira? Por outro lado, me assustei na segunda-feira de carnaval ao sair no comércio de Itabaiana: paramos o país para que Salvador, Recife e Rio de Janeiro façam o carnaval. Em Itabaiana não foi diferente. Aliás, neste quesito, tive que achar normal essa greve patronal-momesca em Itabaiana quando me deparei numa quarta-feira de cinzas com a Capital do Estado fechada pra balanço. Em plena manhã de uma quarta-feira de cinzas. Então, a questão não está na santa e no seu dia; está nas prioridades. E a prioridade da maior parte dos que mandam em Itabaiana não parece ser a santa da paróquia dos pobres.
Sobre a forma como o projeto está sendo encaminhado, em primeiro o pároco é de uma paróquia “pequena” e não “é dos nossos” (coisas do tempo do coronel Sebrão); em segundo a lógica do “se quero, é porque posso; e se posso eu faço” se superpõe a qualquer diálogo. A velha mania ditatorial de quem se acha fraco e sem competência pra negociar. E lá vamos nós pra mais um desgaste sem a menor necessidade.
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(*)Obs. A primeira divisão da paróquia de Santo Antonio foi em 1845 com a criação da Paróquia de N. S. da Boa Hora, no então povoado de Campo do Brito.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Zé de Brió

Não tenho conversado com Francis de Andrade. Logo, não estou por dentro das suas inquietações; do que motivou sua ira sagrada recente contra os vícios de sempre que parecem nunca se querer consertar. Porém, tenho autoridade para tal e posso afirmar: não há ninguém em Itabaiana que possa acusá-lo de deslealdade. Em 1992 fez o que pode para rejuntar José Queiroz da Costa e Luciano Bispo. Nem Queiroz queria, muito menos Luciano que trabalhou direitinho o radicalismo de Queiroz, armando-lhe arapuca atrás de arapuca para que lhe sobrasse a pecha de radical. Queiroz ficou com a fama de homem mau e Luciano com a fama de coitadinho “que reagiu limpando sua honra”. Fiz parte disso. Mesmo sem o saber – porque se o soubesse teria agido de forma diferente – fui coadjuvante no processo. Atabalhoadamente, pela sua prepotência costumeira, Queiroz se deixou enlaçar pelas armadilhas de Luciano, se arrasando politicamente, queimando... deixando em cinzas, quarenta anos de serviços prestados a Itabaiana, desde sua participação na construção de uma Maternidade a um colégio e o mais visível de todos: o time de futebol. De longe o cara de Itabaiana que mais trabalhou por Itabaiana.
Mas voltemos a Francis. Encontrei-o, não uma nem duas vezes, mas inúmeras vezes postado em frente à Rádio Princesa da Serra, quando esta se localizava no cine Santo Antonio onde é hoje um supermercado na Praça João Pessoa... a postos, pacientemente aguardando que Zé Queiroz lhe desse um sinal de que podia trabalhar. Foram quase dois anos nesse lenga-lenga aguardando Queiroz decidir. E por que fez isso Francis de Andrade? Lealdade! Coisa que a maioria dos lupinos de dentes afiadíssimos que cercam o Prefeito passa dela a quilômetros.
Em 1994, depois de dois anos de pindaíba foi sondado por Luciano que não tinha Prefeitura nem governo, se achando num mato sem cachorro, e abandonado pelos “os profissionais” resolveu atentar para os “menos lupinos”, e os poucos amigos – essa gente que costuma dar trabalho, opinar, complicar e coisas assim – e formou-se a grande frente que contra tudo e contra todos quase faz a maior virada política da história de Sergipe desde sua Independência, defendida a ferro e fogo pelos vereadores de Itabaiana, como atesta a sessão extraordinária de 27 de dezembro de 1821, que a consolidou. Não deu. Mas permaneceu a união. E Francis tem sido leal, até mesmo quando algum lupino resolve mostrar-lhe os dentes afiadíssimos sem sequer um pito de Luciano. Sua reação recente, penso eu, é o desespero de mais uma vez ver a casa caindo e um monte de f.d.e. de dentes afiados concentradíssimos em seus enormes umbigos, sob a inércia ou condescendência do líder. De certa forma é um eco do que vomitou - aparentemente descontrolado - dias atrás o também radialista Eduardo Abril, prontamente condenado por todos os lupinos desde os de dentes mais afiados aos banguelos e por isso posto no meio da rua. É o eco do que se ouve de tanta gente que tem feito a diferença na hora do vamos ver; seu resmungado.
Eis porque certos líderes tem vôo de galinha; sequer alcançam a cerca em seu redor.
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Em tempo: só a um otário satisfaz a falta de uma liderança política sábia; com Sabedoria (não confundir com sabido, porque aqui essa palavra é sinônimo de ladrão).

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Serra, João Alves e Luciano.

A princípio, a única coisa que se tinha como certa sobre José Serra, o governador de São Paulo é que ele tem a Presidência da República como uma profecia para si; é seu destino. Além disso, suas manias de perseguições, confrontações desnecessárias, concessões a gente de comportamento duvidoso, (aqui)etc., etc., coisa de politiqueiro pequeno. O jornalista Luis Nassif, em post deste domingo em seu blog (aqui) escancara a realidade serrista: um governante teimoso, auto-suficiente, que apostou todas as fichas numa mega obra – a do Rodoanel – e, em detrimento de coisas inadiáveis em São Paulo está vendo cair por terra o ânimo de sua torcida, até mesmo em casa, com as sucessivas cheias inexplicáveis, salvo pelo fato do desvio de investimentos pro Rodoanel e outras coisas mais.
A via-crucis de Serra me faz lembrar o governador João Alves Filho – o João da água. João foi lançado na política por José Rolemberg Leite - o governador maior bemfeitor de Itabaiana em toda a sua História e a quem mais ingratidão aqui se presta – e, no seu governo teve que enfrentar as pedreiras que é, enfrentar a política rasteira e viciada sergipana, com seus esqueminhas horríveis desde a rebelião dos vaqueiros, em meados do século XVII. Foi um Deus nos acuda. Adaptou-se, sobreviveu, e tornou seus sucessivos governos tão pequenos quanto os que tinha sucedido e com certa dose de rancor. Perdido em meio à teia em que se deixou enredar, apostou tudo numa ponte que, deu um visual diferente, até bonito, à Aracaju, mas que até o momento muita gente se pergunta pra que serviu. Poderia ter sido a coroação de um governo profícuo; ficou como epitáfio de uma péssima experiência.
Ah, ia esquecendo: Luciano vai para sua segunda “mega-Micarana”. Dizem.

Ladeira abaixo.


Desmentindo os boatos ufanistas de que a cidade de Itabaiana está em crescimento acelerado, vê-se que, mesmo que se sinta algum crescimento na zona urbana, esta tem sido feita sobre o sacrifício do esvaziamento da produtiva zona rural, e, mesmo assim, o município, como um todo, perdeu o pique desde meados dos 80, inclusive em relação ao crescimento populacional do próprio Estado de Sergipe cujo já é dos mais baixos do país. E o pior, esse crescimento raquítico dá-se, não por redução no número de nascimentos, mas pela continuação da fuga de pessoas para outros Estados com melhores condições de vida. Em Itabaiana, os números mostram que essa fuga é ainda maior.

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Sobre o gráfico acima:

Até 1963 Itabaiana perdeu território para a formação de outros municípios em 1874 (Riachuelo com Malhador); em 1890 (Frei Paulo com Carira); em 1896 (Santa Rosa de Lima, Areia Branca, a parte à margem esquerda do rio Vaza-Barris, no atual município de Itaporanga d'Ajuda e a parte do município de N. S. das Dores à margem direitado rio Sergipe com S. Miguel do Aleixo); em 1912 (Campo do Brito com Macambira, Pedra Mole, Pinhão e São Domingos); em 1933 (Ribeirópolis com N. S. Aparecida; e em 1963, mais um pedaço para o Município de Areia Branca e o Município completo de Moita Bonita.

Isso mostra que a curva de crescimento realmente acaba a partir de 1980.
A população do Município de Itabaiana em sua área original, como em 1775 era de 227.780 habitantes em 2007.
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P.S. Corrigindo os valores citados na última observação: onde lê-se 227.780, entenda-se 235.125 habitantes. O primeiro era o número projetado pelo IBGE para o conjunto de municípios que, ao contrário do Município de Itabaiana, surpreenderam a previsão "pra cima", na Contagem da População do mesmo instituto realizada em 2007.

Melhor não abusar.

De vez em quando, na ânsia de atingir adversários, politiqueiros de todos os quilates, diretamente ou por intermediários resolvem deitar falação sobre assuntos, digamos espinhosos. Em princípio cheio de razão, contudo, de conteúdo extremamente explosivo já que o falador tem um rabo de palha colossal, com problemas sérios, mas muito maiores, do que aquele a quem acusa.
Em alguns casos, manda a malandragem cigano-cristã nova ibero-americana, é melhor se fingir de morto, do que cutucar o cão com vara curta.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

De improviso.

Conta-se no anedotário político de Itabaiana que Euclides Paes Mendonça, useiro e vezeiro na arte do ilusionismo político, ao chegar ao Rio de Janeiro para mais uma audiência no Ministério de Viação sobre o folclórico aeroporto, hoje Bairro da Torre, e se deparar com um aparelho de TV foi às alturas. Euclides vivia buscando em cada canto um motivo de aparecer; de “mostrar serviço”. O típico mágico, que antes de fazer a mágica já está a perguntar – numa forma de induzir os bestas – se já estar a ver a dita mágica. Vendo o aparelho Euclides viu ali a oportunidade de desbancar Zeca Mesquita no quesito “inovadorismo”, característica do lendário empreendedor(*). Mas aí a coisa murchou. Euclides começou toda uma negociação e, de repente, o vendedor fez-lhe a observação honesta e incômoda: “Senhor, lá em Sergipe não existem canais de televisão, e...” antes de concluir Euclides já abria outra negociação: “Então você enrola dois canais junto com o aparelho”. E aí veio uma aula sobre a tecnologia e Euclides voltou pra Itabaiana sem a novidade.
Improviso. Essa tem sido a maldição que tem acompanhado ano após anos, década após década, século após século, chefe político após chefe político a administração do Município de Itabaiana. Tudo quanto é político querendo colher o roçado antes mesmo de começar a plantação. E improvisando.
Itabaiana é algo impressionante. Quando se chega à avenida principal se toma um susto. Descontados os exageros arquitetônicos (o que confere certo ar brega a algumas construções) vê-se desde ali a pujança da riqueza pessoal que aflora na cidade. E mais ainda: que se repete em tudo quanto é rua, travessa e até becos. Descontado o ainda alto número de vias sem calçamento e esgotamento, as vias centrais tem visual de lugar grande, progressista. Mas aí chega no improviso do Poder Público que nunca acompanha o ritmo geral. Que abandona políticas públicas antes mesmo de começar, sempre invocando o clássico dizer: “não adianta; vai ser sempre assim”. E aí se chega no choque que é presenciar, como presenciei no último sábado, uma loja na Rua São Paulo, onde o dono investiu uma fortuna para dotá-la do melhor em conforto e atrativos visuais, cheia de clientela feminina sendo constrangida a assistir os enlaces amorosos de uma cadela com mais quinze cachorros atrás em plena calçada do estabelecimento, quase adentrando o recinto. E aí se chega no inusitado para qualquer visitante que é chegar num lugar que serve de terminal rodoviário e encontrar bares que deveriam ser apenas lanchonetes a tocar música alta de péssima qualidade, tipificando o mesmo local de “inferninho”. Cabaré, no dizer antigo. E aí se chega no ilegal - logo criminoso - uso de solo público, sem absolutamente nenhum recolhimento ou, pelo menos licenciamento com conseqüente renúncia de receita, mas de forma legal, como o lembrado pelo vereador Francis de Andrade (aqui).
Certa feita alguém levantou a questão sobre quanto pagava de uso de solo a Energisa, que na época cobrava 60 centavos de aluguel por mês a cada poste que um terceiro usasse, para qualquer finalidade. Sem recolher absolutamente nada para a Prefeitura.
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(*) Uma das características desses mágicos que militam na política é o “querer fazer”; nunca se contentando em ser um líder, naturalmente liderando quem saber fazer. A sede do eu é impressionante. Tudo sempre na primeira pessoa do singular.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Terceira via

Há alguns dias o colega radialista e blogueiro - e amigo - Edivanildo Santana soltou uma notinha em seu blog sobre as intenções dos Amorim em criar uma “terceira via” na política itabaianense. Neste domingo foi a vez do Jornal da Cidade, via Cícero Mendes soltar outra notinha de mesmo teor, repercutido no mesmo blog (aqui).
Não existe terceira via ou terceira força em Itabaiana e jamais existirá enquanto tivermos um número de eleitores abaixo dos 180 ou no mínimo 150 mil. Aqui, ou se é a primeira; ou se está lutando para sê-la, para no mínimo ficar na segunda; por sinal, a posição mais confortável que há; desde que não haja pirralhos tentando incomodar.
Itabaiana é o pior município em arrecadação relativa de tributos no Estado rivalizando com mais dois com quem troca de posições sem nunca sair da faixa, dentre os 75 municípios do Estado. Não é, pois, uma Pirambu, Rosário do Catete, nem mesmo uma Estância ou Canindé do São Francisco. “Investir” aqui é muito “arriscoso”. Pode-se não tirar o dinheiro investido. E, ideologia não casa com quem gosta, ama, é apaixonado por dinheiro.
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P. S. Por falar em pior arrecadação, fruto do ignorar esse aspecto, mais uma vez arma-se uma confusão entre os professores e SINTESE contra o Executivo municipal tendo a Lei cerrando alas ao lado daqueles. Eis no que dá a prodigalidade, por natureza desmiolada, senão irresponsável, mesmo. A quem interessar possa, as pessoas não querem ouvir lamúrias; querem ouvir soluções. Por isso chega um momento em que o feitiço vira contra o feiticeiro. E aí...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Chão de estrelas

Elas sempre chegam. Logo depois de uma boa chuvarada, pipocam ao longo da BR-235, colorindo de um amarelo gracioso a rusticidade do asfalto e de boa parte dos corações que por ele trafegam, preocupados apenas com frivolidades. De aparência frágil – acho que se enquadre entre as margaridas – mas de um colorido marcante, sua permanência é rápida, mas, sinceramente, sem bairrismo algum... e tem estrada de Gramado pra se comparar à nossa com as tais floresinhas amarelas?
Eu não sei de onde elas vieram, nem mesmo seu nome. Recordo que, pelo menos até vinte anos atrás não via umazinha sequer; de uns quinze anos pra cá, entretanto, passaram a fazer parte da paisagem da dita BR-235 até Aracaju, uma paisagem que por sinal já é costumeiramente de tirar o fôlego. Desde as matas galerias a interromper os inúmeros canaviais, à superfície colinosa, presente até o Cafuz; e, enfim o começo do planalto, das nossas serras tão bem se vence o rio Cotinguiba, os coqueirais desde Areia Branca – e suas jaqueiras – até o Rio das Pedras, os exemplos de Mata Atlântica do Parque Nacional da Serra de Itabaiana. Sensação de quem sai de casa por um belo caminho e por ele retorna são e salvo à sua toca. As floresinhas vieram se somar a essa sensação.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Segunda de carnaval

Em 1979 Itabaiana era só novidades. Telefones pra todo lado; rodoviária nova, asfalto na já principal avenida da cidade... e a rádio Princesa da Serra. Era a segunda do interior, mas a de Estância não contava. Eis que chega o carnaval e o repórter Daniel Barros resolveu fazer a cobertura da festa na cidade. Que inexistia. Naquele ano, sequer houve uma banda na inacabada Associação Atlética de Itabaiana, aliás, sequer o Aruanda Clube passou de uma raifaizinho (Hi-Fi – High Fidelity ou alta fidelidade, uma novidade em som eletrônico da época). E lá vai Daniel. Fez contratos de publicidade com Seu Antonio Fernandes (Casa Fernandes), único representante das tintas Coral, com o ex-prefeito Vicente de Belo (Casa São Vicente), Romeu do foto (Foto Romeu), G. Barbosa (irmãos Gentil e Noel Barbosa), até com Tonho de Chagas (Antonio Francisco de Jesus, Postos e Autopeças Serrano), duro de queda numa propaganda houve contrato, em nome da Churrascaria “O serrano”. Aciona os repórteres auxiliares para dar flashes a cada meia hora, desde as nove da manhã. Inventando blocos que não existiam, bandas tocando que de fato se limitavam aos discos de Claudionor Germano, e no estúdio; à tarde resolveu fazer a média com um dos donos da emissora: José Araújo Tavares, o Zeca Araújo. Zeca, quando queria, falava até pelos cotovelos; quando não lhe interessava era tudo no monossílabo. Daniel se preparou: chegou à loja de Zeca, encaminhou-se ao telefone da loja, chamou o estúdio, mandou botar a chamada, ordenou ao operador de áudio que colocasse o som de contra-regra (música de carnaval e som de gente ao fundo fazendo algazarra) e começou: “estamos aqui em plena Rua General Siqueira onde se encontram muitos foliões em grande alegria neste carnaval que é um dos mais animados na história de Itabaiana, e no meio deles o nosso querido José Araújo Tavares, sócio da Rádio Princesa da Serra, o Zeca Araújo que vai nos dar sua opinião”. E emenda: “Zeca, o que você está achando dessa animação... do carnaval de Itabaiana...?” Silêncio tumular. Zeca pegou o telefone, o pôs de lado com a mão esquerda, olhou para o auxiliar de Daniel, fez um meneio de cabeça, tipo negação, de aproximadamente dois minutos, levou calmamente o telefone para mão direita e daí à boca, e respondeu: “bom!” e devolveu o aparelho a Daniel. Quebrou todo o clima que Daniel havia preparado. E demonstrou de fato como estava sendo o carnaval de 1979 em Itabaiana na sua segunda feira.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Data infame

Dia 20 de fevereiro, no próximo sábado, completa 55 anos do assassinato do ex-intendente (hoje prefeito) de Itabaiana José dos Santos Queiroz, o Cajuza Queiroz.
Cajuza foi quem construiu o primeiro mercado público moderno – o hoje denominado Zezé de Benvenuto – além de normalizar de vez a iluminação pública por eletricidade.
Nunca nada ficou provado, como de costume no coronelismo nordestino, todavia todos sabem que houve envolvimento do então deputado estadual e líder político Euclides Paes Mendonça, no mínimo por acobertamento. Começava ali o descalabro, o descontrole, a falta de limites, o envolver de lideranças públicas com o banditismo cujos lastimáveis e esperados resultados só terminariam com o assassinato do próprio Euclides em 08 de agosto de 1963 e como eco macabro, o também assassinato de Manoel Teles em 31 de agosto de 1968. A escalada de violência, a perda de controle de fato foi iniciada com a morte de dois eleitores no dia da eleição, em 1954; porém, a morte de Cajuza provou que os ensandecidos não conheciam limites. Durante o governo de Leandro Maciel, o qual cobriu Euclides de todas as garantias, várias pessoas foram mortas ou desapareceram, e centenas abandonaram Itabaiana.
Nestes tempos de lideranças enfraquecidas e urubus se oferecendo para serviços de qualquer natureza, nunca é demais lembrar aqueles tempos bicudos e vergonhosos para seus protagonistas e para a própria História do município.
Saíram todos espondongados. Muitos até com vergonha de ouvir falar naqueles tempos.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Alentos.

Como disse o poeta (Vinicius de Morais):
“Que maravilha seria,
se um dia eu pudesse dizer,
se todas fosse iguais a você”.

O porquê da lufada aqui:

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Radio Jornal garantida até a Copa 2014.

Com seis anos de atraso foi renovada a concessão por dez anos da Rádio Jornal, do ex-governador João Alves Filho. O curioso é o mangue em que transformou a legislação pertinente essa tal de Anatel, (ir)responsável pela telefonia, inclusive, que leva seis anos para encaminhar um simples pedido de renovação na concessão de um canal midiático. Pior, existem emissoras que está há mais de quinze anos sem a dita renovação, e operando normalmente.
A concessão de prefixo de rádio é prerrogativa do Congresso Nacional, fixcando ao Poder Executivo apenas o ato protocolar do "cumpra-se". Na renovação, a ANATEL é soberana para refazer a concessão ou devolve-la ao Congresso a suspensão definitiva ou não.

Sangangu

A palavra que intitula aqui, ouvi pela última vez pela boca de meu saudoso pai. Antes, quando criança, muito ouvi de outras pessoas mais velhas.
Bem, é o que diriam as pessoas que as pronunciavam ao saberem que o radialista que não faz um mês defendia aqui em Itabaiana ao prefeito, agora vai acusar-lhe; e, há a suspeita de que o outro radialista que até a semana passada o acusava, passe a defendê-lo. Quanto a este caso, há ainda uma incógnita. E pode haver uma terceira via, acho. No outro, está consolidado (aqui).
Como canta o Evandro Mesquita (o dono de oficina de "A Grande Família", na Rede Globo) e seu grupo “Blitz”
“Então, de repente a gente enloqueceu,
aí eu dizia que era ela e ela dizia que era eu.
Você não soube me amar;
você não soube me amar.
Oh, baby, não!”
(Blitz, Você não soube me amar)

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Sangangu é possivelmente um termo de origem nagô, e significa confusão.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Introspecções II.

Delírios da cabeça de um maluco varrido: e se saísse um novo “acordo administrativo?”
Já pensou no tamanho da confusão?
Hehehehehehe!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Introspecções.

Faz força Zé, para melhorar, o homem só vai, se trabalhar.
Luiz Gonzaga in Faz força Zé
Rádio nunca ganhou eleição. Salvo algum caso muito raro, quando canalizou tendências já existentes, insatisfações da massa, para um determinado candidato que soube ser simples, direto, e infundir confiança por algum tempo. Foi assim, por exemplo, com Gilson Messias Torres – o Gilson Portela - e Djalma Teixeira Lobo em 1982, respectivamente eleitos para vereador (marca de votos só ultrapassada cinco eleições depois) e deputado estadual, marca nunca antes conseguida. Aí vem os “sabidos” e começam a querer fazer o povo de otário querendo vender fumaça.
Em artigo curto, porém direto, Jamysson Machado (aqui) vai ao ponto: “o tempo passou na janela, e só Carolina não viu”, como disse o Chico Buarque. Nossos políticos ainda estão antes de 1950 quando sequer emissora de rádio havia por aqui. O Orçamento da União bem como as contas de cada Município (com um ano de atraso) e os repasses feitos pelos governos federal e estadual podem ser acompanhados quase em tempo real, no caso dos recursos federais, e com um pequeno atraso, no caso do governo estadual. Mas tem executivo municipal que ainda acha que é possível engabelar eleitor com cantilenas de politiquismo baixo; de perseguições partidárias inexistente ou intencionalmente potencializadas, para justificar sua adinamia ou comodismo. Tem gente que espera que governador ou presidente o eleja deputado, prefeito, vereador; só porque “é amigo”. E aí, a culpa é sempre do vizinho.
O cara que está ao microfone está botando o dele na reta, mais do que o político que o financia. Só um profissional louco, irresponsável ou idiota pra mentir “em nome da causa”, enquanto o f.d.e., faz uma cagada atrás da outra achando que pode enganar como faziam os antigos politiqueiros; sem sequer se dar ao trabalho de trabalhar a mentira de forma mais engenhosa. Tudo na base do “se quero, posso; se posso, faço”, comum aos mais aloprados.
Fernando Collor de Mello foi nosso primeiro grande político eleito por esquema midiático quase à prova de erros. Foram dois anos de coberturas vantajosas nos principais órgãos de comunicação, especialmente na Rede Globo e na revista Veja. A Globo chegou a fazer duas novelas – das sete e das oito – notadamente com vistas a preparar o subconsciente coletivo para o embate Collor versus Lula (alguém aí lembra do corruptíssimo Reino de Avilan? E do bestão Sassá Mutema). Além das inúmeras reportagens e programas inteiros do Globo Repórter. Mesmo assim, num tempo em que não havia internet pra desmentir a grande imprensa viciada, quase dá com os burros n’água.
Aí, tem gente que aluga ou possui uma emissora de rádio, chama um bom profissional – mas sequer lhe dá uma equipe pra trabalhar – muito menos fatos, assuntos, coisas concretas que dê pra fazer brilhar os olhos de tanta gente torcedora e esperançosa... não faz a sua parte em bem servir ao povo e ainda quer milagres... Péra lá! A propaganda é a alma do negócio. Mas antes tem que haver o negócio.
Como diria o saudoso Nego Mala: Oh, meu chegado! Tá me estranhando?
Vamos trabalhar, né?
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P. S. No caso de consulta ao Orçamento Geral da União, o "site" da Câmara dos Deputados fornece um banco de dados, melhor ainda que o do Senado, atualizado periodicamente em que é possível ver quem votou emendas; quem conseguiu aprovar as emendas, quanto de dinheiro foi conveniado, liberado e quando. Neste caso é preciso baixar cada Orçamento e instalar no computador, ficando atento para versões mais atualizadas, e cruzando sempre os dados com os convênios da Caixa e o disposto no portal de convênios do Portal da Transparência.

Êta mangue!

A Praça João Pereira foi doada ao Estado para construções diversas. Caducou a doação, porém não foi feita a reversão. Do mesmo modo, o terreno invadido pelo Município onde hoje se assenta o Fórum Maurício Graccho Cardoso. Quando este prédio ali foi construído, sua construção já foi irregular porque o terreno, fora doado para um módulo esportivo (Leis nº 468, de 12 de Janeiro de 1976, e 469 de 31 do mesmo mês e ano) – que foi construído no antigo campo de futebol do Itabaiana. Sua doação já havia caducado, porém não revertida. Sua doação foi pela Lei nº 600, de 03 de Junho de 1988. Porém, como dito, sem reversão da doação anterior
O Secretário de Comunicação do Município Marcos Aurélio, em seu blog (aqui) dá uma pista de um dos gargalos que poderiam estar atravancando o término e funcionamento da Clínica do Sítio Porto: faltou a doação do terreno. As clínicas, à primeira vista são do Estado que as entrega ao Município para geri-las. Aí vem a pergunta? E o SESP, que é um prédio federal, como fica nesta história? Veja só o angu de caroço: um prédio federal administrado pelo Município e entregue ao Estado para reforma completa e adaptação para que seja um prédio do Estado doado pelo Município que não é o dono, já que o mesmo é da União. E agora?
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Pra variar:


  1. O terreno da Clínica da Família do Sitio Porto pertenceu ao matadouro antigo, ali construído em 1949;
  2. O terreno do SESP foi doado pela Lei nº 537, de 31 de Maio de 1983, só que o prédio havia sido começado a construir em 1977 e terminou em maio de 1982, um ano antes da doação legal;
  3. A doação do terreno do Hospital Dr Pedro Garcia Moreno Filho pela Lei nº 410, de 06 de junho de 1972 está cheia de problemas: o prédio só começou a ser construído em 1975 e terminou (mal terminado) em 1978, contudo, alguém conseguiu que o mesmo não fosse arrolado como patrimônio da Associação de Caridade Dr. Rodrigues Dória, antiga denominação, cuja instituição faleceu devendo mundos e fundos aos funcionários e à Previdência. E ninguém tomou o terreno e o prédio em pagamento dessas dívidas.
  4. O Rotary Club de Itabaiana recebeu em doação pela Lei nº 391, de 28 de Dezembro de 1970, o terreno em que por muitos anos funcionou a Coopegreste, que faliu sem deixar vestígios, apesar de alguém ter conseguido vender o terreno a particular. Não há Lei revertendo a doação e doando novamente à cooperativa. O terreno onde hoje está o prédio do Rotary Club, na Rua Coronel Sebrão pertenceu antes a particulares.
  5. A Lei 0249-63 doou ao API, uma das antigas denominações do INSS, um terreno na Rua professor Lima Junior. Nunca foi revertido e desconhece-se o espertalhão que o herdou.
  6. Um exemplo raro de organização ocorre com a doação do Campo do Cantagalo Futebol Club. Foi doado pela Lei Nº 220, de 31 de outubro de 1961, e recentemente, outra Lei autorizou a sua compra para instalação ali de uma Praça temática dedicada aos esportes. Fora esse exemplo, vê-se que a coisa pública é tratada por aqui como coisa da casa de mãe Joana, doa-se de boca, reverte-se de boca. E o mais lamentável é que os poderes superiores, especialmente do Estado, sequer exige um mínimo de organização quando se trata de contratos com este.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A caçada.

Acabou-se! Toda e qualquer tolerância maior com adversários políticos e principalmente indecisos, está a acabar em Itabaiana. Depois do carnaval, e ao menos até assentar a poeira mais grossa da próxima eleição os níveis de convivência serão determinados pelo “ou está comigo, ou contra mim” . Este é um ano perdido para o cultivo de amizades. Quem as tiver, e não se enquadrar no figurino de bando, busque distância. Como cães famintos, pais atacarão filhos, filhos atacarão pais, irmãos contra irmãos... tudo pelo santo (ou diabólico) usufruto do voto que transportará ou manterá – ou não – os contendedores, caçadores de fato, ao Nirvana do cargo público, na maioria das vezes gracioso, por quatro anos, ou outro tipo de compensação pelo ato heróico de votar "num amigo". Não adianta argumento. Nenhum será válido que não se enquadre na intenção, no gosto do interlocutor ávido de boas alvíssaras sobre seu “projeto”. Como na história do Lobo e o Cordeiro: qualquer argumento ou contra-argumento será válido pro lobo devorar o cordeirinho. Fora disso, tudo se torna falso. Os dois times estão em campo e, quem não estiver num deles não terá espaço até que passe a ressaca. É assim que funciona no primitivismo. É assim que funciona por aqui desde 1826.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Machado rompe com Luciano


Calma, gente! Não se trata de rompimento político. É que as cores tradicionais da FM Itabaiana, do deputado federal José Carlos Machado desde janeiro de 1997 (criadas por nós sob encomenda do então diretor Edivanildo Santana), de matiz alaranjado, no espectro de cores quentes estão a passar por mudança radical, não só de logomarca mas de matizes também, coincidentemente usando como base as cores frias, verde e azul, usadas pela administração Maria Mendonça recentemente finda.

Guerra de dossiers

Olivier Chagas vai ao MP de Itabaiana para uma audiência pública acerca das clínicas de saúde empelengadas. Demonstrando superioridade, o prefeito Luciano Bispo também vai ao MP, na capital e ao Tribunal (de faz de) Contas junto a Reinaldo Moura, ex-radialista da Rádio Jornal nos tempos em que Aragão era delegado de Polícia de Itabaiana, e pai de André Moura. Na prática, isso é como aqueles dossiers tão costumeiros, e esse vai e vem de dossiers me lembra ACM e Itamar Franco.

Tão logo assentou-se como presidente substituto Itamar passou a ser fustigado por Antonio Carlos Magalhães com histórias de que em seu governo havia corrupções. Itamar já era desafeto de ACM a quem derrubou de um murro no plenário do Senado. Itamar começou a bufar. Mineiro, mineiramente se cercou de todo o arsenal que um homem de Estado deve ter e chamou pra briga.

ACM havia se acostumado durante o final do governo Sarney, assim que dele se afastou a ficar atirando em Sarney fazendo o que ora fazem os parlamentares "mulas" de Serra no Congresso em relação a Lula. Toda segunda-feira (força de expressão, claro) lá ia ACM entregar uma mala cheia de provas de corrupção. Sarney o recebia e a sua mala e, na saída, posando de paladino das virtudes celestiais ACM fazia o circo da mídia, toda ela anti-Sarney, inclusive a Globo.

Eis o grande dia e lá vai ACM, a convite de Itamar entregar sua mala de provas de corrupção no governo. Estranho! Não havia quase ninguém de peso da mídia à porta do gabinete presidencial! Ao penetrar o gabinete ACM é flagrado com meio mundo de flashes e a inquirição desafiadora de Itamar: "governador, trouxe os repórteres para aqui pra dentro para que sejam testemunhas para todo o Brasil da gravidade das denúncias que V. Sa. vem fazer, e que tomarei as providências agora!" Lívido, sem uma gota de sangue, ACM começou a puxar recortes de jornais, alguns deles um pouco mais antigos e foi embora desconversando. Itamar terminou o governo tendo outros problemas, inclusive com Zé Serra que queria melar o Plano Real do qual Fernando Henrique se apossou; com ACM, nunca mais.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Mais sinais preocupantes.

Que o motor da crise do sub-prime nos Estados Unidos é muito mais violento em Itabaiana, disso ninguém medianamente informado por aqui tem dúvida. Há dinheiro de mais de sobra e opção de menos para investimento. Em alguns casos, um imóvel em Itabaiana vale dois similares em estrutura física e localização equivalente em Aracaju. Pois bem. Mas os aluguéis, também não ficam atrás.
A implantação das universidades, em especial, o campus da Federal em Itabaiana trouxe um certo alento de recompor parte do segmento intelectualizado da cidade, a maioria na capital ou em processo de fuga para lá. Ocorre que o santo exercício da usura, aliado à completa falta de uma política habitacional afugentou praticamente todos os profissionais para outras plagas (apenas três fixaram residência aqui). Algo como cem pessoas. Gente com renda entre três e dez mil reais; que declararia Imposto de Renda aqui, aumentando o cacife do FPM (e estes não tem como sonegar; ganham do governo), além de certamente gastar, pelo menos 40 por cento de suas rendas em nosso comércio.
Como diz um amigo meu: vai embora uma família do “Morumbi”, chegam três na invasão.
Foi a requalificação social proveniente do grande aporte de funcionários graduados da década de 40 que começou a dar a Itabaiana a cara de uma cidade. Como exemplo, Associação Atlética de Itabaiana, uma invenção do Dr. Gileno Costa Almeida.
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P. S. Morumbi é como é apelidada uma zona de predominância de classe média alta no Bairro Anizio Amâncio de Oliveira, numa referência à região de correspondente situação na Cidade de São Paulo, capital do Estado de mesmo nome.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

República Velha

Tudo por uma eleição (aqui).
Exatamente como nos bons tempos do Coronel Sebrão, quando este guardava o cofre da Prefeitura em casa, e sequer era o prefeito. Tudo, então, se resumia a ganhar uma eleição após outra.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

1958

Repito(ver aqui): 2010 está a cara de 1958. Não entrou ninguém de Itabaiana na Assembléia Legislativa. A única vez na História itabaianense. Desde a primeira eleição para a Assembléia em 1826 até 2006.
Pra entender o porquê do comentário, aqui:

domingo, 24 de janeiro de 2010

O fator Valadares

Antonio Carlos Valadares é o maior político de Sergipe. Na política desde 1966 quando foi eleito prefeito de Simão Dias, e com batismo na política estadual em 1970, quando obteve 5.873 votos para a Assembléia Legislativa (4° entre 11), só ficou sem mandato uma vez, e em nome da causa. Foi quando terminou seu próprio governo, tendo ali gerenciado o acordão que rejuntou Albano e João, como em 1982.
Já foi quase tudo que um político pode querer ser: prefeito, deputado estadual, senador, secretário de Estado e até governador. Só faltam os extremos: vereador e presidente da República.
Em 1994, como quem não queria nada se encastelou numa vaga de Senador por Sergipe onde ainda hoje está. 43 anos de poder. Não se conhece grandes lances de ousadia de sua parte, nem também grandes denúncias por suspeitas de mal encaminhamento da coisa pública. Não é demais lembrar que falamos de política sergipana, uma das mais complicadas e viciadas do Brasil, logo, matéria-prima pra toda a sorte de desatinos: incluindo roubos a assassinatos. O grande lance teria sido seu apoio de imediato à proposta do grande brasileiro Dr. Adib Jatene que criou a CPMF, viabiliazando de vez o SUS. Além de matéria espinhosa, já que cobrança de impostos, Valadares não somente não quis usar o fato como promoção política, retirando de Jatene a paternidade da efetivação do SUS, como foi habilidosíssimo quando quiseram jogar sobre ele a batata quente pela cobrança do imposto "pega-ladrão" (ladrão detesta ser chamado de ladrão).
Não acredito em fritura de Valadares por parte do governador Marcelo Deda como fazem supor certos comentários. Não acredito que Valadares se afaste de Deda, como sugeriria os mesmos comentários. Quanto à suposta substituição de Belivaldo Chagas na candidatura ao retorno à vice-governadoria, se necessário, Belivaldo irá, sim, ao sacrifício. Do mesmo modo que Valadares foi em 1992. E daí? É só de cargos eletivos que vive o homem público? Belivaldo vive mostrando grandeza republicana tal qual Valadares: nada de vale-tudo.
Quanto a Deda, em sendo reeleito haveria relativo prejuízo a depender de quem viesse a ser seu companheiro de chapa: nem em todo mundo se pode confiar. Mas são ossos do ofício.
Valadares não admite chefe que não ele mesmo. Mas também nunca teve a menor intenção de jogar perigosamente pra ser o maior; o chefe dos chefes. Logo, republicanamente, a aliança com Deda e o PT foi a melhor coisa que encontrou: ninguém manda em ninguém; todos se respeitam.
O resto é torcida de urubu magro pela morte do boi gordo e saudável.
Tudo bem que política é como nuvem; mas certas nuvens provenientes das Matas do Caiçá, como estas estão na fronteira, parecem contaminadas com o dinamismo baiano, segundo fama corrente.